Amesterdão quer desligar aquecimento a gás natural

  • Juliana Nogueira Santos
  • 29 Novembro 2016

Até 2050 as casas vão deixar de ser aquecidas por gás natural. O lixo industrial é uma das alternativas.

Enquanto meio mundo ainda questiona se o aquecimento global é real ou um mito, a cidade de Amesterdão já pensa em longo prazo e lançou uma medida de grandes dimensões para cumprir as metas do Acordo de Paris. A capital holandesa planeia abandonar o aquecimento a gás natural até 2050 e converter a cidade numa zona livre de emissão de CO2.

Neste momento, 90% das casas utilizam o gás natural como combustível principal para aquecimento e preparação de comida, contudo estima-se que, até 2017, 10.000 vivendas antigas sejam desconectadas da rede de abastecimento e, até 2020, 102.000 casas já sejam alimentadas pela nova fonte de energia.

E quais vão ser as alternativas? Um serviço centralizado de produção de energia, uma rede de distribuição espalhada por toda a cidade e a utilização de combustíveis mais sustentáveis. O simples facto de ter apenas um ponto a gerar energia já é um fator de poupança, ao juntar um novo combustível, nomeadamente o lixo industrial — já utilizado em 70.000 habitações –, a taxa de sucesso é ainda maior.

Ainda assim, o investimento inicial vai ser muito pesado. A mudança vai requerer a montagem de tubos com alta capacidade de isolamento, quer pela cidade fora, quer nas próprias casas. Além disso, o isolamento das casas também vai ter de ser reforçado para que não haja qualquer perda de energia. Para construções futuras, a opção de gás natural nem sequer vai estar disponível.

Nem todas as casas vão ser incluídas nesta centralização: a instalação de painéis solares para produção própria de energia também é vai ser posta em prática, dando possibilidade aos moradores de vender o excesso de energia produzido à rede de distribuição.

Para evitar gastos adicionais para os inquilinos, a cidade pedirá ajuda ao estado, que tem em curso o Plano Energético Nacional. O projeto, além de se estabelecer como um grande compromisso com a sustentabilidade, permitirá reduzir a dependência em relação à Rússia — 50% do gás natural consumido tem origem aí.

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