“As pessoas não pensam o mesmo por ser marido e mulher”, diz António Costa
Os membros escolhidos para o Governo "estão lá por mérito próprio e não pela sua relação familiar", justificou o primeiro-ministro, dizendo que nunca notou qualquer conflito de interesses.
Depois de vários dias em que as relações familiares no Governo têm marcado a atualidade, António Costa vem esclarecer que nunca sentiu qualquer conflito de interesses à mesa do Conselho de Ministros. Sublinhando que não escolheu ninguém por ser familiar de quem quer que seja, o primeiro-ministro exemplificou que, mesmo entre marido e mulher, as opiniões nunca são as mesmas.
Em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF, António Costa não vê qualquer problema ético ou moral nas escolhas para o Governo: “Não há em caso algum qualquer conflito de interesses, como ao longo dos últimos quatro anos se tem verificado”, disse, relembrando que “esse problema nunca se colocou”. Problema haveria, referiu, se algum familiar seu fosse nomeado, coisa que não aconteceu. “Não vi um único exemplo de alguém que tenha nomeado um membro da sua própria família”.
Garantindo que não escolheu “ninguém para o Governo por ser filho, pai ou mulher de quem quer que seja”, sublinhou que “todos estão lá [no Governo] por mérito próprio e não pela sua relação familiar”. Na opinião do primeiro-ministro só haveria “uma questão ética se alguém nomeasse um familiar seu” e garante não viu “um único exemplo de alguém que tenha nomeado um membro da sua própria família”. E recorda que “um gabinete não é um órgão da administração pública”, mas “um órgão de apoio à atividade política de um membro do Governo em que o critério fundamental de nomeação é a competência pessoal, política e técnica”.
Sobre as escolhas concretas de Eduardo Cabrita e Ana Paula Vitorino (casados) ou de Vieira da Silva e Mariana Vieira da Silva (pai e filha), o primeiro-ministro nunca detetou “um padrão de coincidência de opiniões em função de relações familiares ou não familiares”. ” “Às vezes estamos todos de acordo sobre um tema, outras estamos em desacordo, agora as pessoas não pensam o mesmo por ser marido e mulher”, disse.
E deu mesmo um exemplo prático e pessoal: “Já fiz parte de um Governo em que a minha mulher não deixou de se manifestar contra uma medida desse Governo e continuamos casados e felizes”.
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