Aliança defende aeroporto em Alverca e não no Montijo
“Não há nenhuma razão que torne o Montijo preferível do que esta solução óbvia que é Alverca. Alverca é a solução mais lógica e racional”, afirmou Pedro Santana Lopes.
O presidente da Aliança, Pedro Santana Lopes, defendeu esta terça-feira que o aeroporto complementar ao de Lisboa deve ficar situado em Alverca e não no Montijo, apontando para “ganhos ambientais e socioeconómicos” para sustentar a posição. “Não há nenhuma razão que torne o Montijo preferível do que esta solução óbvia que é Alverca. Alverca é a solução mais lógica e racional”, afirmou o líder da Aliança.
Pedro Santana Lopes, que falava esta tarde aos jornalistas no Heliporto de Oeiras, sublinhou que a base de Alverca, no concelho de Vila Franca de Xira, “sempre foi reconhecida como uma excelente localização para um aeroporto pela sua proximidade a Lisboa”.
“Está na margem com mais de 90% das origens e destinos, tem uma boa acessibilidade ferroviária e o custo para a dotar dessas condições não é superior aquilo que se prevê para o Montijo”, ressalvou.
O antigo primeiro-ministro admitiu que a hipótese Alverca já foi falada no passado e afastada, mas explicou que, agora, se introduz uma “solução inovadora” relativamente à nova pista a ser construída. “Construir uma nova pista cuja orientação enforme um par de pistas paralelas independentes é uma solução, nunca avaliada, que apresenta uma relação custo-benefício competitiva”, explicou, comparando a solução com aquela que existe no aeroporto britânico de Gatwick.
Relativamente aos benefícios ambientais, o líder da Aliança referiu que a implementação da nova pista em Alverca preserva a hidrodinâmica fluvial e reduz as emissões poluentes sobre a população.
“O desvio da maioria do tráfego aéreo para pistas de Alverca leva a que na vida da concessão se verifique à volta de menos sete milhões de voos sobre a população a baixa altitude, com os correspondentes benefícios a nível do ruído e redução da probabilidade de acidente aéreo”, sublinhou.
O líder da Aliança ressalvou que a intenção do partido não é fazer uma proposta, mas sim “um apelo ao Governo” para que reveja a opção Montijo. “Iremos agora procurar diligenciar junto do Governo, da Assembleia da República e do senhor Presidente da República este assunto para que se possa encontrar uma boa solução”, concluiu.
A ANA e o Estado assinaram a 8 de janeiro o acordo para a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa, que prevê um investimento de 1,15 mil milhões de euros até 2028 e inclui a extensão da atual estrutura Humberto Delgado (em Lisboa) e a transformação da base aérea do Montijo.
No dia 4 de janeiro, o então ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, assegurou que serão cumpridas integralmente as eventuais medidas de mitigação que venham a ser definidas pelo estudo de impacto ambiental para o aeroporto complementar do Montijo.
O primeiro-ministro, António Costa, também já disse que apenas se aguarda o EIA para ser “irreversível” a solução aeroportuária Portela + Montijo, considerando haver consenso nacional sobre o projeto.
A 11 de janeiro, António Costa admitiu que “não há plano B” para a construção de um novo aeroporto complementar de Lisboa caso o estudo de impacto ambiental chumbe a localização no Montijo e voltou a garantir que “não haverá aeroporto no Montijo” se o estudo de impacte ambiental não o permitir.
A 8 de março, a associação ambientalista Zero anunciou que tinha interposto uma ação judicial contra a APA, para que seja efetuada uma Avaliação Ambiental Estratégica ao novo aeroporto do Montijo.
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