“Temos de sair da União Europeia com um acordo assim que possível”, diz Theresa May
A primeira-ministra britânica defendeu o acordo para a extensão da data do Brexit até final de outubro e pediu cedências a trabalhistas e conservadores para que o Brexit aconteça antes das europeias.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse esta quinta-feira no parlamento britânico que o Reino Unido ainda pode sair da União Europeia antes das eleições europeias, mas que para isso é necessário acelerar o processo e que haja cedências de parte a parte nas negociações entre as lideranças de conservadores e trabalhistas.
“A minha prioridade é concretizar o Brexit e fazê-lo de uma forma ordenada e que não prejudique a vida das pessoas. Eu continuo a acreditar que temos de sair da União Europeia com um acordo assim que possível, e este parlamento votou repetidamente para evitar o cenário de um não acordo. No entanto, apesar dos esforços de todas as partes não conseguimos votar a favor de um acordo”, disse a primeira-ministra numa declaração ao parlamento após a reunião do Conselho Europeu esta quarta-feira em Bruxelas.
Theresa May explicou que a negociação com os líderes europeus para pedir um novo adiamento à data de saída do Reino Unido da União Europeia foi difícil, porque os líderes europeus sentem-se “frustrados” com a situação e que alguns exigiam a imposição de condições à continuação do Reino Unido na União Europeia.
No entanto, segundo a primeira-ministra britânica, foi possível evitar a imposição de condições, até porque os tratados não contemplam essa possibilidade. Por isso, enquanto o Reino Unido não sair da União Europeia continuará a beneficiar de todos os direitos, e a estar vinculado a todas as obrigações, inerentes à participação no bloco europeu.
Sobre a data de saída, Theresa May explicou que pediu apenas uma extensão curta e que continua empenhada em conseguir um acordo que permita ao Reino Unido sair antes das eleições europeias, evitando assim ter de obrigar os britânicos a ir às urnas. “Se aprovarmos um acordo antes de 22 de maio, não teremos de participar nas eleições europeias”, disse.
A primeira-ministra deixou ainda um apelo aos deputados britânicos. “Esta não é a forma normal de fazer política no Reino Unido e é desconfortável para muitos no parlamento e no governo. Não vai ser fácil conseguir um acordo, porque para termos sucesso serão necessárias cedências de todas as partes. Mas, por mais desafiante que possa ser politicamente, eu acredito profundamente que, nesta situação única de impasse no parlamento, cabe à liderança dos dois partidos trabalhar em conjunto para concretizar aquilo que o povo britânico decidiu”.
Theresa May disse que assim que o Reino Unido conseguir um acordo, pode abandonar a União Europeia. Caso os dois partidos não consigam chegar a acordo sobre uma estratégia unificada para a saída da União Europeia, o governo pretende que sejam colocadas a votação várias opções sobre a relação futura com a União Europeia, para que o parlamento possa então decidir qual o caminho a seguir.
No primeiro comentário às declarações de Theresa May, o líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn, disse que este novo pedido de extensão do prazo de saída é mais um sinal do falhanço do governo neste processo e que o convite da primeira-ministra aos trabalhistas para negociar o Brexit foi feito demasiado tarde. Corbyn deixou o mesmo aviso a May, que a primeira-ministra tinha acabado de lançar: para haver acordo, tem de haver cedências.
Caso não haja acordo sobre a saída, todas as opções estão em cima da mesa, diz Jeremy Corbyn, incluindo convocar um referendo sobre o acordo de saída.
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