Marcelo sobre crise dos combustíveis: “Incapacidade de previsão e reajustamento deixam espaço para movimentos inorgânicos”
Presidente da República voltou a alertar para os riscos de movimentos inorgânicos, em relação à greve dos motoristas de matérias perigosas. Já tinha usado as mesmas palavras sobre os enfermeiros.
Os protestos dos motoristas de matérias perigosas que levou, na semana passada, a uma crise nos combustíveis, resulta da “sindicalização de movimentos inorgânicos” e de “sindicalismo dito independente”, considera o Presidente da República. Em entrevista à RTP3, Marcelo Rebelo de Sousa associa esta greve a populismos.
“Salvo erro, a 5 de outubro de 2016, repetindo ao de leve a 25 de abril de 2017, e já não ao de leve em 25 de abril de 2018, chamei a atenção para os vazios, as incapacidades de previsão e de reajustamento que deixam espaço livre para movimentos inorgânicos, que uns chamam populistas e outros chamam outras coisas, e que iriam surgir para preencher essa realidade”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, na entrevista que será transmitida na íntegra esta terça-feira à noite, na RTP3.
“Há já algum tempo começou a haver fenómenos de sindicalismo dito independente, circunscrito a áreas ou nichos muito limitados”, referiu, acrescentando que “o que há de novo aqui são dois fenómenos diferentes: movimentos inorgânicos e noutros casos constituição de novos sindicatos e novas atuações que veem da sindicalização de movimentos inorgânicos ou que respondem a processos mais lentos que culminaram em organização sindical”.
Marcelo tinha já alertado para este tema noutras ocasiões. Em novembro do ano passado, defendeu que a sustentabilidade dos sistemas sociais, económicos e políticos estáveis depende de “consensos” difíceis de alcançar numa democracia jovem. Considerou ainda que há democracias clássicas em crise por conta da revolução digital e movimentos inorgânicos à margem dos partidos clássicos, o que “está a tornar-se um problema”.
Em relação à greve dos enfermeiros, usou as mesmas palavras e alertou também para os riscos. Para o Chefe de Estado um dos maiores problemas da sociedade portuguesa, neste momento, são “os fenómenos inorgânicos no plano sindical, laboral e a dificuldade de enquadramento pelas estruturas clássicas”. “Isso preocupa-me muito”, reconheceu Marcelo Rebelo de Sousa, em fevereiro. “A maioria das greves foi declarada por sindicatos que não estão integrados nem na na CGTP nem na UGT”, frisou de modo ilustrativo.
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