Hóspedes estrangeiros passam menos tempo em Portugal. Crescimento das receitas com forte travagem
Os hóspedes estrangeiros optaram por ficar menos tempo no país, contrariamente aos hóspedes residentes em Portugal. As receitas do turismo subiram, mas estão a desacelerar.
Portugal continua a atrair muitos turistas. E entre janeiro e março, o número de visitantes até aumentou de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mas o tempo passado pelos estrangeiros no país está a encolher. Uma evolução que tem peso nas contas do setor, ditando uma travagem no crescimento das receitas. O turismo faturou mais 5% que no ano passado, contra a taxa de crescimento de 14% em 2018.
Entre janeiro e março os hóspedes estrangeiros aumentaram 3,4%, para um total de 2,45 milhões de pessoas. Por sua vez, os hóspedes residentes no país aumentaram 4,7%, ficando pelos 1,97 milhões. No total foram 4,42 milhões os hóspedes a ficarem alojados em estabelecimentos turísticos nacionais, mais 4% do que no mesmo período do ano passado.
Contudo, apesar de o número de hóspedes ter aumentado no total, os estrangeiros optaram por ficar menos tempo em Portugal: as dormidas caíram 0,1% para os 7,5 milhões de pessoas, enquanto as dormidas dos residentes no país subiram 2,3% para os 3,3 milhões de pessoas.
Em média, os hóspedes passaram menos noites nos alojamentos turísticos (2,44 noites), com este indicador a observar uma queda de 3,2% face ao trimestre homólogo, fruto, sobretudo, do comportamento dos estrangeiros que pernoitaram, em média, três noites, menos 3,3% comparando com o mesmo período do ano passado.
“É de salientar que os resultados estão condicionados pelos diferentes meses das épocas festivas face ao ano anterior, por um lado beneficiando do Carnaval em março de 2019 (no ano anterior em fevereiro), mas, por outro, sujeitos ao efeito base desfavorável da Páscoa em março de 2018 (no corrente ano celebrada em abril)”, alerta o INE.
Norte-americanos disparam. Espanhóis afundam
Os turistas espanhóis foram aqueles que mais visitaram o país no primeiro trimestre mas, em contrapartida, foram a nacionalidade que observou a mais queda face ao trimestre homólogo: caíram 15,6% para as 337 mil pessoas. Ainda em número, atrás dos espanhóis aparecem os britânicos com 300.118 pessoas e os alemães com 249.612 pessoas.
Em termos de crescimento, os norte-americanos destacaram-se ao subir 24,8% para os 140.453 turistas, à frente dos chineses (20,3% para os 78.749) e dos canadianos (12,5% para os 48.380).
Entre os municípios preferidos pelos hóspedes no primeiro trimestre, o destaque vai para Lisboa com um peso de 24,7% e um total de 2,67 milhões de dormidas. Segue-se o Funchal (1,15 milhões), Albufeira (932 mil) e o Porto (764 mil).
Receitas sobem para os 581 milhões de euros… mas crescimento abranda
As receitas totais obtidas pelo setor subiram 4,9% para os 581,3 milhões de euros no primeiro trimestre, enquanto aquelas obtidas com os aposentos aumentaram 3,5% para os 409,6 milhões de euros. Contudo, comparando com o período homólogo, o crescimento deste indicador está a abrandar: as receitas totais tinham subido 14% enquanto as de aposento tinham crescido 16,1%.
Analisando região a região, a Área Metropolitana de Lisboa destacou-se ao captar 38% das receitas totais (224,5 milhões de euros). Seguiu-se o Algarve com um peso de 16,5% (96 milhões de euros) e a região Norte com 16,1% (93,6 milhões de euros).
Em termos de preços, cada hóspede pagou, em média, 28,50 euros por quarto a nível nacional, um valor que aumentou 4,4% face ao mesmo trimestre do ano passado. Mas, analisando a zona de Lisboa, esse valor subiu três cêntimos para os 49,4 euros. Destaque ainda para a Região Autónoma da Madeira, onde o preço médio por quarto caiu, tendo diminuído cerca de dois euros para uma média de 38 euros.
(Notícia atualizada às 17h04 com infografia)
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