7 coisas para saber quem ganha e quem perde as eleições
Portugal escolhe este domingo 21 eurodeputados para o Parlamento Europeu. Logo à noite, com os resultados e as reações, pode seguir estas pistas para perceber quem venceu e quem saiu derrotado.
Quando esta noite as televisões revelarem os resultados das sondagens feitas à boca das urnas, começam a surgir as primeiras reações dos partidos políticos. Mas vai ser preciso esperar mais um pouco para ter os resultados finais das eleições para o Parlamento Europeu. Mas como ter a certeza sobre quem venceu e quem foi derrotado? Há sete coisas a que tem de tomar atenção para não se perder.
É o primeiro indicador para onde olha a maior parte das pessoas quando quer ver quem ganhou e quem perdeu. Quantos votos teve cada partido face ao total de votos? A resposta a esta pergunta permite fazer de imediato um ranking dos partidos mais votados. Nas últimas eleições europeias, a 25 de maio de 2014, o PS foi o partido com mais percentagem de votos com 31,46%, seguido do PSD/CDS que concorreram juntos e obtiveram 27,71% dos votos.
Além da percentagem de votos, existe outro indicador relevante para aferir quem ganha e quem perde: o número de eurodeputados que cada partido consegue eleger. Por exemplo, nas últimas europeias, o PS teve mais 3,75 pontos percentuais na votação, mas só conseguiu eleger mais um eurodeputado do que a coligação PSD/CDS (oito contra sete). No total, Portugal prepara-se para eleger 21 eurodeputados para o Parlamento Europeu, um número igual ao verificado nas eleições de há cinco anos. Nas sete eleições que aconteceram até ao dia de hoje nunca houve um empate no números de eurodeputados eleitos entre o primeiro e o segundo lugar. Mas noutras posições é possível encontrar empates. Em 2009, por exemplo, o CDS foi o último partido a conseguir eleger deputados para o Parlamento Europeu (dois), com 8,36% dos votos, atrás do PCP que também sentou dois eurodeputados em Estrasburgo, apesar de ter alcançado 10,64%.
Na noite eleitoral também se contam votos em número absoluto para ver quem perde e quem ganha. Nas últimas eleições europeias, o PS teve pouco mais que um milhão de eleitores. E desta vez será relevante avaliar quantos votos cada partido tem até porque tal como em eleições anteriores é esperada uma taxa de abstenção elevada. Nas eleições de há cinco anos, não votaram 66,16% dos eleitores que tinham condições para o fazer –a maior taxa de abstenção de sempre nas europeias.
Nas noites eleitorais é habitual ver partidos que não ganharam, ou até ficaram num dos lugares do fim da tabela, a reclamar vitória por terem conseguido mais votos do que nas eleições anteriores. Assim, é importante ter esta tabela à mão na hora de comparar com os resultados desta noite eleitoral. Qualquer partido pode dizer que aumentou a sua força junto do eleitorado se tiver mais votos mesmo que tenha ficado no fim da tabela. E ao contrário, a um partido pode ser atribuída uma derrota (por ter perdido base de apoio) mesmo que fique nos primeiros lugares da tabela.
Com legislativas daqui a menos de cinco meses, os resultados nos centros urbanos serão um indicador relevante para medir a influência de cada partido nos locais onde há maior concentração de votos. Só no distrito de Lisboa estão quase 2 milhões de eleitores, o distrito que concentra o maior número de votantes. Nas europeias de 2014, os resultados no distrito de Lisboa replicam o alinhamento de votos a nível nacional. Já no distrito de Beja, com muito menos eleitores, foi o PCP que ficou à frente, seguido do PS, PSD/CDS, Bloco de Esquerda e MPT.
As eleições deste domingo não são as primeiras depois das legislativas de 2015, mas antecedem as próximas eleições para a Assembleia da República. E, por isso, apesar de todos os partidos correrem separadamente, não é de estranhar que sejam feitas leituras sobre os votos conseguidos por cada um dos blocos: o da esquerda — que governa Portugal desde 2015, com o PS a beneficiar do apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP — e o da direita que foi derrubado no Parlamento apesar de ter vencido as eleições. Nas eleições autárquicas de 2017, as primeiras no cenário geringonça, o fraco resultado do PCP provocou mal-estar na maioria de esquerda, com os comunistas a sentirem-se hostilizados pelos socialistas.
A comparação com os resultados das últimas eleições legislativas é também uma alternativa para passar a ideia de que ganhou ou acusar um adversário de perder. Nas eleições para a Assembleia da República, em outubro de 2015, a coligação Portugal à Frente, que juntava PSD e CDS, venceu, com o PS a ficar em segundo lugar. Uma inversão nestas posições pode ser o suficiente para o PS reclamar vitória, mesmo que o resultado (ao nível dos outros indicadores) não seja assim tão melhor que nas últimas europeias ou até em anteriores — quando chegou a ter à volta de 1,5 milhões de votos. No caso do PSD/CDS, a comparação com as últimas legislativas é difícil de fazer, já que os dois partidos concorreram juntos nesse ato eleitoral. E agora vão separados.
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