Fiat retira oferta de fusão com a Renault. Ações derrapam
A fusão entre o grupo Fiat e a Renault ficou pelo caminho, revela o Wall Street Journal, tudo por causa da falta de apoio da Nissan, parceiro dos franceses, ao negócio.
O grupo construtor automóvel Fiat/Chrysler retirou a proposta de fusão com a Renault, revelou o Wall Street Journal (acesso pago). De acordo com a notícia, o grupo Fiat decidiu retirar a oferta na sequência da falta de apoio da Nissan, parceiro da Renault, ao negócio.
A posição ambígua de dois administradores da Nissan no conselho de administração da Renault à proposta de fusão levou a Fiat a considerar que a aliança que existe hoje e que foi um dos argumentos para avançar com a proposta poderia cair.
“A Fiat retira a sua oferta. Já não existe uma proposta sobre a mesa”, afirmou uma fonte próxima do processo, citada pela France Presse. Uma segunda fonte próxima das discussões em curso indicou que um comunicado da Fiat anunciará oficialmente que a oferta de fusão foi retirada. Em bolsa, a Fiat cai 1,5%, enquanto a Renault está a afundar 6,89% para os 52,29 euros.
O conselho de administração da Renault, reunido quarta-feira pelo décimo dia consecutivo para analisar a proposta de fusão com a Fiat Chrysler, não tomou uma decisão a pedido do Estado francês, anunciou quarta-feira a fabricante francesa.
“O conselho de administração não pode tomar uma decisão devido ao desejo expresso pelos representantes do Estado francês de adiar a votação para uma reunião posterior”, indicou a Renault em comunicado.
O anúncio da fabricante de carros francesa ocorreu depois de uma reunião de seis horas do conselho de administração nos arredores de Paris e um dia depois de uma reunião semelhante também ser inconclusiva, de acordo com a Associated Press (AP).
Antes do final da reunião, uma fonte próxima do processo tinha adiantado que a Fiat Chrysler e o governo francês tinham chegado a um acordo provisório sobre os termos da possível fusão com a Renault.
De acordo com aquela fonte, citada pela AP, que não quis ser identificada porque o conselho de administração da Renault ainda estava reunido, o acordo provisório era um bom sinal para o plano de fusão, mas não seria aprovada qualquer garantia.
Uma fusão iria criar a terceira maior empresa do mundo do setor, depois da Volkswagen e da Toyota, e poderia reformular a indústria automóvel, numa altura em que os fabricantes estão numa corrida para produzir veículos elétricos e autónomos.
A FCA anunciou no passado dia 27 de maio que propôs um plano de fusão à francesa Renault para criar uma empresa no valor de quase 40 mil milhões de dólares (o equivalente a 35,6 mil milhões de euros), que produziria cerca de 8,7 milhões de veículos por ano.
De acordo com a proposta feita pela FCA, o novo grupo seria detido em 50% pelos seus acionistas e em 50% pelos da Renault. E a proposta previa ainda que o grupo fosse cotado nas bolsas de Paris, Nova Iorque e Milão.
(Notícia atualizada às 7h10)
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