Governo pôs país a viver “na ilusão” do fim da austeridade
O CDS-PP considera que Portugal viveu “na ilusão” do fim da austeridade, acusa o Governo do PS de carregar nos “impostos indiretos”, ou invisíveis, e dar com uma mão para tirar com “uma e meia”
“É um estado de uma nação que vai vivendo nesta ilusão do fim da austeridade que foi decretada artificialmente pelo governo, mas que, no dia a dia, (…) vê cada vez mais problemas em áreas estão essenciais como a saúde, a educação, a segurança, nos transportes”, descreveu, em declarações à agência Lusa, o líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, num balanço sobre os últimos quatro anos.
O deputado assinala como positiva a “reposição dos rendimentos”, embora isso não queira “necessariamente dizer uma nação com mais dinheiro disponível”, dado que o executivo “especializou-se na velha tática de dar com uma mão e tirar com uma e meia”.
E retira, afirmou, “com as cativações” de verbas e “com a prestação de serviços públicos” cada vez piores, já que “muitos dos setores dizem [estar hoje] pior do que na altura em que Portugal” estava sob assistência financeira da “troika”.
Duas áreas em que o país está pior são a saúde, com tempos de espera nas cirurgias, nas primeiras consultas, “com um estado calamitoso na falta de profissionais, falta de meios e até materiais como há muitos anos Portugal não via” ou na segurança, onde há responsáveis a “dizer que os policias estão, neste momento, pior do que estavam” no tempo da “troika”.
A reposição de rendimentos estava, segundo afirmou, nos planos do Governo PSD/CDS, caso tivessem conseguido continuar no poder, propondo que “pudesse ser feita, de forma mais gradual”, evitando-se também o recurso a impostos indiretos.
“E não teríamos que ter as reduções da qualidade da prestação de serviços públicos que temos”, disse, a propósito da situação do país, a poucos dias do debate do estado da nação, no parlamento, agendado para 10 de julho.
De positivo, Nuno Magalhães ressaltou alguns “pequenos pontos” acordados, no parlamento, como ter sido possível aprovar, por proposta do CDS, com o apoio do PS e do PSD, o acesso de forças e serviços de informação a metadados das telecomunicações e “com isso melhorar a prevenção e o combate ao terrorismo” e o “combate à criminalidade organizada”. Outro aspeto positivo foi a Lei de Infraestruturas Militares, aprovada pelo PS, PSD e CDS.
“Ponto negativo” dos últimos quatro anos de legislatura foi, para Nuno Magalhães, a “dissimulação”, que “não é boa para a democracia”, dos partidos de esquerda que apoiaram o governo minoritário do PS, que
“Fingiam à segunda-feira que estavam na oposição, à terça apoiavam o governo, à quarta estavam outra vez na oposição, mas na sexta-feira votavam sempre de acordo com aquilo que eram as posições do Governo”, ironizou.
O CDS concorreu nas legislativas de 2015 com o PSD, em aliança, que venceu as eleições, mas o governo de coligação que formou foi chumbado por uma maioria de esquerda no parlamento, que a seguir fez um acordo para viabilizar um executivo minoritário do PS, com o apoio do BE, PCP e PEV.
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