Com preços do petróleo a recuperar, OPEP antecipa nova quebra na oferta
Brent negoceia esta quinta-feira nos 67 dólares por barril e o crude WTI nos 60 dólares. No relatório mensal, a organização não mudou estimativas para a procura, mas vê menor produção no futuro.
O crescimento da produção de petróleo deverá continuar a desacelerar nos próximos meses. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estima que a produção mundial cresça 2,05 milhões de barris por dia, em 2019. Os dados do relatório mensal representam uma revisão em baixa face à anterior estimativa.
A expectativa de menor oferta pela OPEP acontece depois de o cartel e outros dez países aliados terem decidido prolongar o acordo de cortes de produção petrolífera. O acordo atualmente em vigor irá continuar, pelo menos, até 31 de março de 2020 e poderá ajudar a suportar o aumento dos preços — que tem sido impulsionado por tensões no Irão e no Golfo do México — já que as projeções para a procura se mantiveram inalteradas.
O Brent negoceia esta quinta-feira em Londres a valorizar 0,28% para 67,20 dólares por barril após ter ultrapassado, na última sessão, a barreira dos 67 dólares pela primeira vez desde final de maio. Já o crude WTI sobe 0,30% para 60,60 dólares, em máximos também de mês e meio.
Brent já valorizou 25% este ano
No entanto, os países de fora da OPEP poderão impedir o objetivo de gerar equilíbrio entre procura e oferta no mercado petrolífero. “A oferta global de petróleo aumentou ligeiramente em 0,47 milhões de barril por dia face ao mês anterior para uma média de 98,56 milhões de barris por dia em junho de 2019″, revela o relatório da OPEP.
Para o futuro, a organização antecipa que os EUA como o Canadá produzam mais. Em sentido contrário, espera que a Rússia, o Brasil e o Omã coloquem menos petróleo no mercado. O aumento de produção por parte de países fora da organização (como é o caso dos EUA) poderá ter ainda mais impacto dado que a OPEP está a perder peso no panorama mundial: o peso da OPEP na produção global caiu 0,2 pontos percentuais em junho para 30,3%.
Além da incerteza de como se irão comprar países que não alinham com a OPEP, há ainda riscos que poderão ter impacto na economia global e, consequentemente, no mercado petrolífero. “Os riscos de crescimento dizem respeito não apenas às questões comerciais, mas também aos desafios atuais em várias economias emergentes e em desenvolvimento“, explica a organização, apontando para a desaceleração da atividade industrial, impasse nas negociações comerciais e Brexit.
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