Com nova paralisação dos motoristas de matérias perigosas, Siza Vieira defende revisão da lei da greve
O ministro da Economia diz que a lei é dos anos 70 e defendeu uma reflexão sobre se faz sentido mantê-la. Sobre os combustíveis, aconselhou aos portugueses "moderação no consumo".
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defende a revisão da lei da greve. A menos de duas semanas de os motoristas de matérias perigosas voltarem a parar para reclamar aumentos salariais, o socialista lembrou, em entrevista à RTP, que o diploma foi criado há cinco décadas.
“É uma questão que tem de ser equacionada do ponto de vista político e os protagonistas políticos vários têm de ponderar a conveniência e a necessidade de rever a lei da greve nessa matéria. Não queria avançar com uma ideia, mas a lei é dos anos 70 e faz sentido pensar se devemos mantê-la ou não”, afirmou Siza Vieira, à RTP.
As declarações acontecem a duas semanas de o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) iniciarem paralisações. A greve, por tempo indeterminado, arranca às 00h00 do dia 12 de agosto.
Siza Vieira refirmou considerar não compreender a posição dos trabalhadores que têm assegurado um aumento salarial no próximo ano. “Aquilo que constatamos é que uma das matérias que neste momento justifica o pré-aviso de greve é uma matéria que foi já objeto de discussão”, afirmou.
“Nesse sentido, é difícil perceber que um acordo que garantia desde já, a partir de janeiro de 2020, ganhos substanciais do ponto de vista salarial, além de um conjunto de outras matérias importantes para os motoristas, possa ser posto em causa por causa de aumentos salariais que só se verificarão daqui a dois ou três anos”, sublinhou.
Portugueses devem “moderar os consumos” durante a greve
Para que não se repita a situação vivida em abril, quando as bombas ficaram sem combustíveis após uma corrida para abastecer, serão fixados serviços mínimos. Esta tarefa ficará a cargo do Governo, depois das propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.
O ministro Adjunto e da Economia aconselhou ainda que “as pessoas tentem moderar os consumos” e “evitem deslocações desnecessárias durante os dias de greve” para evitar o caos. “Vai causar transtornos, não temos dúvidas, mas é preciso que os portugueses reajam com maturidade“, acrescentou.
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