Sindicato independente de motoristas “confirma manutenção da greve”

Associados do sindicato independente confirmam avanço para a greve. Mas prometem que vão dar lição de "civismo" e sem cortes de estradas.

O plenário do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) decidiu esta de sábado manhã manter a greve anunciada para segunda-feira, avançou Anacleto Rodrigues, dirigente desta estrutura.

“Durante o plenário foi rejeitada a suspensão da greve”, avançou em declarações transmitidas pelas televisões. O dirigente referiu que até ao início da greve ainda há margem para a sua suspensão. Para que tal aconteça, porém, será necessário uma nova proposta da Antram.

“Ainda falta algum tempo, ainda há margem para desconvocar. Até agora não chegou nada [contactos da Antram] e os associados confirmam manutenção da greve”, explicou. A associação que representa as empresas de transporte, porém, já por várias vezes salientou que não volta às negociações enquanto os sindicatos não recuarem no aviso prévio de greve.

“Até ao início da greve, têm os nossos contactos, sabem da nossa abertura para resolver o problema, o que está em causa é tão só uma relação laboral mais justa, com salários dignos”, explicou o dirigente sindical.

Piquetes e cortes de estrada

Sobre a discussão que teve lugar na reunião desta manhã propriamente dita, Anacleto Rodrigues explicou que o plenário serviu igualmente para debater a organização dos piquetes de greve e reiterar a vontade de querer mostrar ao país um protesto pacífico.

O plenário “foi também para organizar os piquetes de greve, para que não surjam conflitos e para que os veículos que estejam a cumprir serviços mínimos não encontrem obstáculos”, apontou. E mesmo apesar de terem sido confrontados com um elevado nível de serviços mínimos, o SIMM assegurou que tudo será feito para que a greve decorra de forma cordial.

“Tive a oportunidade de alertar para o efeito que isso [serviços mínimos elevados] poderia vir a ter. Adivinhávamos que fossem generosos, mas não tanto. A indignação deu lugar à revolta, os motoristas sentem que neste momento há vários poderes a conjugarem-se para os silenciar para não reivindicar os seus direitos.”

O dirigente do SIMM deixou de seguida algumas promessas para a população presente em Portugal ao longo dos dias da paralisação.

“Da parte dos motoristas podem esperar duas coisas, vamos estar visíveis, de forma cordial, dar também a dar uma lição de civismo, para mudar a imagem que se tem do motorista”, disse. “Os sindicatos estão a trabalhar para assegurar serviços mínimos e os motoristas são responsáveis. Aliás, há mais de 20 anos que não temos qualquer revisão salarial e só agora estamos a avançar para a greve”, lembrou.

Sobre eventuais atitudes mais agressivas durante o protesto, Anacleto Rodrigues apontou que os motoristas conhecem a Lei e “que não se pode fazer cortes de estradas em Portugal”, logo “que nem sequer se tente”, recomendou. E para assegurar que tudo corre com civismo, também os piquetes serão analisados em detalhe.

Vamos estar atentos para ver se surgem infiltrados nos piquetes com o intuito de passar imagens erradas sobre os motoristas. Sempre que detetarem elementos estranhos que os procurem abordar para perceber se são ou não motoristas. Se não forem, então é denunciá-los às forças de segurança, pois temos linha aberta com as autoridades”, disse.

Cerca de meia centena de associados do SIMM esteve reunido em plenário durante esta manhã, deslocando-se agora até Aveiras de Cima para participar num novo plenário conjunto com os associados do Sindicato Nacional de Matérias Perigosas (SNMMP), a partir das 16h.

Estes são os dois sindicatos que avançam para a greve a partir de segunda-feira e por tempo indeterminado. O peso deste setor profissional na economia e o facto de a greve ter sido convocada sem prazo foram as principais razões para o Governo ter decidido decretar serviços mínimos entre 50% e 75%.

(Notícia atualizada às 13h)

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