Costa: Rui Rio não acompanhou situação mas “desejo que conclua com felicidade as suas férias”
Primeiro-ministro manifestou o desejo que a greve não se estenda ao fim de semana e criticou Rui Rio por não ter estado atento ao que o Governo fez enquanto esteve de férias.
“O trabalho ainda não foi concluído, mas esperamos estar na ponta final da situação e encontrar com o último sindicato em greve condições para que voltem à mesa de negociações a discutir o que têm a discutir”, defendeu António Costa ao final da tarde, após o encontro semanal com Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações transmitidas pela RTP.
Apesar da postura conciliadora, o primeiro-ministro não se esqueceu de responder a Rui Rio: “Eu sei que talvez quem tenha estado ausente nos últimos tempos não tenha tido conta que o governo se começou por empenhar desde início para que as partes evitassem o conflito”, atirou. Depois, o líder de Governo foi ainda mais longe.
“Não vou querer comentar as declarações do Dr. Rui Rio, fez a opção de estar ausente, de usar legítimo direito a férias e não terá acompanhado com devida atenção tudo aquilo que o Governo tem feito para evitar e prevenir o conflito e assegurar o normal funcionamento do país. Desejo ao Dr. Rui Rio que conclua com felicidade as suas férias“, rematou.
António Costa alegou de seguida que o Executivo “começou por se empenhar” ainda antes do início da paralisação “para que as partes evitassem o conflito” e que, quando estas não chegaram a acordo sobre os serviços mínimos, foi também o Executivo que os decretou. “Já no auge do conflito vimos oportunidade de mediar, oferecemo-nos e na altura foi recusado“, prosseguiu, lembrando a decisão de avançar com a requisição civil assim que se registaram incumprimentos, mas sempre mantendo a atuação do Executivo “minimalista”.
Desta forma, considerou o primeiro-ministro, construíram-se “condições para que fossem surgindo acordos e agora resta um único sindicato e espero que as reuniões de hoje sejam coroadas de sucesso, caso contrário continuaremos a persistir e a estimular o diálogo entre as partes”.
Depois do Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias ter decidido desconvocar a greve, hoje o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas abriu a porta a essa possibilidade, ainda que apenas temporariamente. Este sindicato está desde meio da tarde reunido com Pedro Nuno Santos para se tentar abrir nova via de diálogo com a Antram, que, desde antes do início da greve, recusa voltar a negociar com o SNMMP.
Não querendo antecipar quaisquer resultados das reuniões desta sexta-feira, António Costa manifestou o desejo “de irmos já para fim de semana com este problema ultrapassado”, salientou.
Sobre a hipótese de o Governo avançar como mediador oficial entre as partes, Costa considerou que caso “sejamos úteis, e todos estiverem de acordo, estamos disponíveis”, lembrando, porém, que no caso da Fectrans e do SIMM não foi necessário o Executivo assumir esse papel oficialmente. E acrescentou um apelo: “É preciso terminar com esta incerteza, desde logo para os próprios trabalhadores, que estão em grande estado de exaustão, não vale a pena prolongar o conflito.”
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