CGD: Teodora Cardoso espera que nova administração encerre polémicas
Apesar de ter "levado muito tempo", a nova administração da Caixa Geral de Depósitos é uma boa notícia, considera a presidente do Conselho de Finanças Públicas.
A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP) admitiu que o prolongar da solução na Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi desfavorável para o setor, esperando que a nova administração encerre a polémica em torno do banco público.
“É claro que não é bom. Mas se tudo se fizer agora de acordo com o que já estava planeado, não será tão mau assim. Mas levou muito tempo até se conseguir uma solução e esta ponta final foi infeliz“, disse Teodora Cardoso aos jornalistas à margem de um debate promovido pelas câmaras de comércio francesa e luso-britânica, em Lisboa.
"Se tudo se fizer agora de acordo com o que já estava planeado, não será tão mau assim.”
Questionada sobre se espera que a polémica em torno da CGD fique encerrada com a nova administração, a presidente do CFP disse “esperar que sim”, admitindo que os problemas têm “mais reflexo a nível interno e político do que propriamente a nível financeiro”.
Na sexta-feira, o Governo anunciou ter convidado o ex-ministro da Saúde Paulo Macedo para presidente executivo da CGD e Rui Vilar para ‘chairman’, tendo ambos aceitado os convites.
Na nota, o Ministério das Finanças indicava que o Governo está, em conjunto com estes dois novos administradores do banco público, “a trabalhar na definição da composição do restante Conselho de Administração” da Caixa, reiterando que “o processo de nomeação do novo Conselho de Administração da CGD segue assim o seu curso normal”.
Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde do governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho, sucede a António Domingues, que no passado dia 27 de novembro apresentou a demissão ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Caixa.
Esta renúncia surgiu após cinco semanas de polémica em torno da recusa de António Domingues relativamente à entrega da declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional à qual se juntou em seguida uma nova dúvida relacionada com a eventualidade de Domingues estar na posse de informação privilegiada sobre a Caixa quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco, enquanto ainda era quadro do BPI.
Num relatório divulgado hoje, o Tribunal de Contas acusa o Ministério das Finanças de “falta de controlo” na CGD entre 2013 e 2015, salientando que o Estado aprovou documentos de prestação de contas sem ter a informação completa.
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