Selos falsos ajudam a ‘lavar’ ouro de explorações ilegais
Barras com selos falsificados foram descobertas nos cofres da JPMorgan Chase, sinal de já terem sido transacionadas como se de barras perfeitamente legítimas se tratassem.
Nos últimos três anos foram identificados 50 milhões de dólares em barras de ouro com o selo de garantia falsificado, a forma encontrada por criminosos do narcotráfico ao colarinho branco, para conseguirem ‘lavar’ os seus ganhos e colocarem-nos no circuito financeiro mundial, noticia esta quarta-feira a Reuters.
Segundo a agência noticiosa, as barras com selos falsificados foram descobertas nos cofres da JPMorgan Chase, sinal de já terem sido transacionadas como se de barras perfeitamente legítimas se tratassem. As falsificações dos selos das principais refinarias produtoras de barras de ouro explodiram ao mesmo ritmo que o valor do ouro desde meados dos anos 2000, já que também as explorações ilegais têm crescido de forma descontrolada. Para que o ouro extraído destas explorações não controladas ou fiscalizadas possa entrar nos mercados, precisa de estes selos.
A Reuters ouviu vários executivos das principais refinarias de ouro suíças que apontaram que foram descobertas até ao momento pelo menos mil barras com selos falsificados, uma pequena percentagem da produção mundial, que ronda 2 a 2,5 milhões de barras por ano, mas que muitas outras devem já ter sido infiltradas nos circuitos financeiros mundiais sem terem sido descobertas.
Tratando-se de ouro verdadeiro e com um elevado grau de pureza, este tipo de falsificações são bastante difíceis de detetar ou denunciar. Por um lado, as cópias dos selos das principais casas são bastante sofisticadas e, por outro, assim que o ouro se encontra integrado nos circuitos mundiais dificilmente alguém denunciará que o mesmo tem um selo de origem falso — já que se arrisca a perdê-lo.
A ‘estampagem’ de barras de ouro com selos falsos serve para contornar as sanções a nível global existentes para travar a exploração de ouro em extrações ilegais, em zonas de guerra ou conflitos e a “lavagem” de dinheiro.
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