BCE põe taxa de depósitos em -0,5%. Avança com compra de ativos de 20 mil milhões por mês
Instituição liderada por Mario Draghi cortou a taxa de depósitos. Cai de -0,4% para -0,5%. Ao mesmo tempo, avança com um programa de compra de ativos no valor de 20 mil milhões de euros por mês.
O Banco Central Europeu (BCE) prometeu e cumpriu. Não mexeu na taxa diretora, mas para dar resposta à necessidade de ajudar a economia do euro, decidiu cortar a taxa de depósitos para um nível ainda mais negativo, passando-se a -0,4% para -0,5%, mas criando dois escalões para mitigar o impactos nos bancos. Ao mesmo tempo, avança com um programa de compra de ativos no valor de 20 mil milhões de euros por mês que arranca em novembro.
A taxa de referência continua em 0%, embora o BCE admita que irá manter-se baixa, “ou mais baixa”, até que as perspetivas para a inflação sejam suficientemente robustas. Já a taxa de depósitos, aplicada ao excesso de liquidez do sistema financeiro do euro, sofreu um corte, tal como já era antecipado pelo mercado. Já estava em -0,4%, mas agora passa para -0,5%.
O corte da taxa de depósitos vem, contudo, com uma medida adicional, procurando evitar que todos os bancos sejam castigados por este custo extra. O BCE introduziu um sistema de dois níveis que possibilita que uma parte do excesso de liquidez do setor — dinheiro que os bancos não estão a conseguir emprestar à economia — fique a salvo deste custo.
Ao mesmo tempo que revê a taxa de depósitos, anuncia também alterações aos Targeted Longer-Term Refinancing Operations (TLTRO), operações de financiamento à banca, que serão mais favoráveis, para ajudar a que o dinheiro chegue à economia real. Mas temendo que não seja suficiente ter os bancos a desempenharem esse papel de injetar liquidez na economia, o BCE vai avançar com um novo programa de compra de ativos.
O BCE vai passar a comprar 20 mil milhões de euros em ativos, no mercado, por mês, a partir de 1 de novembro. Este programa, denominado de Asset Purchase Programme (APP), diferencia-se daquele que esteve em vigor nos últimos anos, o PSPP, em que o alvo eram, nomeadamente, títulos de dívida soberana, o que permitiu uma queda acentuada no custo de financiamento dos países, no sentido de promover o investimento público para relançar a economia do euro.
Estas são todas as medidas anunciadas pelo BCE:
- Taxa de juro de referência mantém-se em 0%. BCE afirma que irá manter-se baixa, “ou mais baixa”, até que as perspetivas para a inflação sejam suficientemente robustas;
- Taxa de juro das facilidades de depósitos baixa em dez pontos base, para -0,5%. São criados dois patamares de juros negativos, com parte do excesso de liquidez da banca a ficar isenta deste custo;
- TLTRO III terá condições de acesso mais baixas, permitindo que um maior número de bancos possa recorrer a este financiamento. A taxa de juro terá como referência a taxa de depósitos, sendo mais baixa para bancos que superem as metas de concessão de crédito. O prazo passa de dois para três anos;
- Programa de compra de ativos do BCE é relançado a um ritmo mensal de 20 mil milhões de euros por mês, a partir de novembro.
(Notícia em atualização)
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