Reabilitação ainda puxa por edifícios concluídos, mas licenciamentos já caem em todas as regiões

Apesar da importância da reabilitação para o total de edifícios concluídos, certo é que esta começa a dar sinais de desaceleração, registando quebras acentuadas nos licenciamentos.

A reabilitação foi o principal motor de crescimento do total de edifícios concluídos no segundo trimestre do ano, altura em que mais 3.875 edifícios viram obras concluídas. Apesar da maioria destes edifícios dizer respeito a construções novas, cujo total cresceu 17%, o grande salto foi dado pela reabilitação, com mais 25,6% de obras concluídas entre abril e junho face ao período homólogo — 1.088 contra 874. Mas apesar da importância da reabilitação, certo é que esta começa a dar sinais de desaceleração, registando quebras acentuadas nos licenciamentos.

“No 2.º trimestre de 2019, o número total de edifícios concluídos (construções novas, ampliações, alterações e reconstruções) registou um acréscimo de 19,4% face ao 2.º trimestre de 2018 (+23,1% no 1.º trimestre de 2019). Neste período estima-se que tenham sido concluídos 3,9 mil edifícios em Portugal, correspondendo, na sua maioria, a construções novas (71,9%), das quais 74,8% tiveram como destino a habitação familiar”, de acordo com a nota estatística divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística esta sexta-feira.

No que toca à reabilitação concluída, a tendência de crescimento foi sentida em todo o país menos no Alentejo, única região a apresentar uma variação homóloga negativa (-18,3%). No extremo oposto, destaque para a área metropolitana de Lisboa e para os Açores, regiões que registaram os maiores aumentos de obras para reabilitação concluídas, de 79,7% e 47,7%, respetivamente.

Quanto às obras concluídas relacionadas com construção nova, destaca o INE, registou-se um crescimento de 17,2% no segundo trimestre, para 5,8 mil edifícios, sendo que apenas no Algarve se verificou uma quebra (-22,1%), com “todas as restantes regiões” a apresentarem variações homólogas positivas, “com destaque para a Região Autónoma da Madeira (51,6%) e Área Metropolitana de Lisboa (39%)”.

Licenciamentos para reabilitação caem

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE mostram também que o licenciamento de edifícios registou uma ligeira desaceleração no segundo trimestre, ainda que se mantendo acima do registado no período homólogo, realçando-se a quebra acentuada nos pedidos de licenciamentos para reabilitação, que recuaram 12,5%. No total, os licenciamentos cresceram 0,5% graças à subida de 1,5% dos pedidos para construção nova.

“O licenciamento para construções novas, apresentou variações positivas em relação ao mesmo período do ano anterior as seguintes regiões: Área Metropolitana de Lisboa (+17,1%), Região Autónoma dos Açores (+1,7%) e Alentejo (+0,3%)”, nota o INE. Já no caso dos licenciamentos para reabilitação, a queda foi generalizada a todas as regiões, à exceção da Madeira, onde a variação foi nula.

A Área Metropolitana de Lisboa (-10,8%), a Região Autónoma dos Açores (-17,1%), o Norte (-20,7%) e o Algarve (-11,6%) foram as regiões que sofreram as maiores quebras em termos de pedidos de licenciamentos para reabilitação, detalham os números do instituto estatístico.

Depois de uma fase em que a reabilitação de edifícios é quem mais puxa pelas obras e construção no setor do imobiliário, e dada a corrente evolução dos licenciamentos, parece que no horizonte se antecipa uma fase em que caberá à construção nova ocupar essa responsabilidade, algo que virá em certa medida responder aos desejos do setor, que vê nos edifícios novos a solução para responder à procura de uma classe média que não encontra oferta adequada para as suas possibilidades.

Também os dados avançados esta semana pelo Confidencial Imobiliário, ainda que referentes apenas à região de Lisboa, também parecem apontar no mesmo sentido. “Do total dos fogos em carteira em Lisboa no semestre, 59% são gerados em obra de construção nova (1.333 fogos). Este passa, assim, o ser o tipo de obra dominante entre os novos investimentos em promoção residencial contabilizados no pipeline do concelho”, apontou a consultora do mercado imobiliário.

Estes 59%, segundo o histórico citado pela Confidencial, compara com o peso de 42% que a construção nova registou na região nos dois últimos anos.

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