Estes são os três desafios para o SNS, segundo Marta Temido
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de melhorar a qualidade de acesso, motivar os profissionais de saúde e aumentar a sua produtividade e reforçar o investimento.
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) precisa de melhorar a qualidade de acesso, motivar os profissionais de saúde e aumentar a sua produtividade e reforçar o investimento, disse esta terça-feira a ministra da Saúde, Marta Temido.
Estes foram os três desafios que a governante diagnosticou durante a sua intervenção numa cerimónia de encerramento das comemorações dos 40 anos do SNS, que decorreram hoje no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. “Apesar da relevância do caminho percorrido e das suas conquistas, a forma mais importante de comemorar o 40.º aniversário do SNS será prepará-lo para o futuro. Ao longo dos últimos 40 anos a sociedade portuguesa modificou-se profundamente e essas modificações colocam novos desafios à sua organização“, salientou.
O primeiro desafio prende-se “com o envelhecimento demográfico, com as alterações epidemiológicas e as multimorbilidades”, radiografou Marta Temido, referindo que esta conjugação de fatores tem gerado uma “procura crescente” na procura de cuidados de saúde. Entre 2015 e 2018, frisou, o número de inscritos para consulta hospitalar através dos cuidados de saúde primários cresceu cerca de 5% e o de inscritos para cirurgia cerca de 7%.
“A resposta a este desafio implica melhorar a qualidade de acesso, continuando o investimento nos cuidados de saúde primários, conferindo-lhes meios mais diferenciados para responder em proximidade às necessidades, em articulação com as autarquias, e apostando na redução das listas de espera e introdução de cuidados de literacia para a adoção de estilos de vida saudáveis”, argumentou.
Perante uma plateia repleta, em que se encontravam vários antigos ministros da saúde, Marta Temido disse que a “capacidade de superar os desafios que o SNS enfrenta envolve compromissos de todos os atores”.
“Da mesma forma que para aprovar uma nova Lei de Bases da Saúde foi essencial a capacidade de trabalhar em conjunto e gerar entendimentos, melhorar a qualidade do acesso, estimular e motivar o orgulho pelo trabalho no SNS e planear e investir com rigor exigirá diálogo e transparência sobre o que nos move”, sublinhou.
Segundo a ministra da Saúde, o SNS não é “só um prestador de serviços, ele é sobretudo um instrumento de combate às desigualdades e de reforço da coesão social”, cuja melhoria “cabe a todos”.
Durante a sessão, foi apresentado o livro “40 anos do SNS”, da autoria da antiga jornalista Maria Elisa Domingues, pelo antigo ministro do Trabalho e Segurança Social Bagão Félix e Isabel Soares. A cerimónia incluiu ainda o lançamento do selo comemorativo dos 40 anos do SNS.
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