Netanyahu pede a Gantz para formar governo de unidade nacional em Israel
Benjamin Netanyahu diz que "não há escolha a não ser formar um governo de unidade, o mais amplo possível". O Likud de Netanyahu consegue, para já, 32 dos 120 assentos no Knesset.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu esta quinta-feira ao seu rival Benny Gantz para formar um governo de unidade nacional, dois dias após as eleições legislativas.
“Durante as eleições, pedi o estabelecimento de um governo de direita, mas infelizmente os resultados das eleições mostram que isso não é possível, e as pessoas não precisam decidir entre os dois blocos. Portanto, não há escolha a não ser formar um governo de unidade, o mais amplo possível“, disse Netanyahu numa mensagem de vídeo.
Dois dias após as eleições legislativas, os resultados ainda provisórios atribuem ao Likud de Netanyahu 32 dos 120 assentos no Knesset, contra 33 no partido Kahol Lavan (“branco-azul”) do ex-general Benny Gantz.
“Benny, precisamos estabelecer o governo de unidade mais amplo possível hoje, e o povo espera que assumamos a responsabilidade e ajamos em cooperação”, disse Netanyahu.
Na quarta-feira à noite, Netanyahu alegou que o país tinha apenas duas opções: um governo de direita liderado por ele ou um “governo perigoso baseado nos partidos árabes”, um ataque indireto a Gantz, que prometera abrir debates com formações árabes na esperança de alcançar uma coligação.
As eleições legislativas não permitiram distinguir um claro vencedor entre Benjamin Netanyahu e o seu rival Benny Gantz, ameaçando assim o futuro político do primeiro-ministro israelita, há uma década no poder.
De acordo com dados divulgados quarta-feira pelo jornal israelita Haaretz, contados 91% dos votos, a coligação centrista Azul e Branco de Gantz conseguiu 32 deputados, mais um do que o Likud (direita) de Netanyahu.
Em terceiro lugar aparece a Lista Árabe Unida (coligação de quatro partidos árabes israelitas) com 13 lugares, seguida do Israel Beiteinu (direita nacionalista secular, dirigido pelo ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman) com nove.
Nove é também o número de deputados conquistados pelo Shas (representante dos judeus ortodoxos sefarditas), enquanto o outro partido ultraortodoxo, o Judaísmo Unificado da Torah (judeus asquenazes), conseguiu oito lugares.
Aparecem depois o Yamina Yamina (aliança entre a direita e os sionistas religiosos criada para estas eleições e dirigida pela ex-ministra da Justiça Ayelet Shaked) com sete lugares, o Partido Trabalhista (centro-esquerda) com seis e a União Democrática (aliança de esquerda criada para estas legislativas, que junta o Meretz, o novo Partido Democrático de Israel do antigo primeiro-ministro Ehud Barak e o Movimento Verde) com cinco deputados.
O Knesset (parlamento) conta com 120 deputados, pelo que são necessários 61 para uma maioria absoluta, mas segundo os números disponíveis o bloco de Netanyahu com os seus aliados naturais (formações de direita e religiosas) só dispõe de 55 lugares e o de Gantz (esquerda e seculares) de 56.
A AFP indicou na quarta-feira que já começaram as negociações entre diferentes partidos para formar um governo de coligação e evitar novas eleições.
Após as legislativas de abril, um resultado muito semelhante impediu Netanyahu de formar um governo e conduziu à realização da votação de terça-feira.
O presidente israelita, Reuven Rivlin, sublinhou a necessidade de formar um governo “o mais rapidamente possível” e o imperativo “de evitar uma terceira eleição”.
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