“Vamos todos ter de investir mais para estar protegidos” contra ataques como o da Arábia Saudita
Drones usados no ataque ao maior produtor de petróleo do mundo revelam vulnerabilidade da economia, segundo Gomes da Silva. Gestor acredita que todos os setores terão de reforçar a cibersegurança.
Os ataques com drones a duas refinarias petrolíferas na Arábia Saudita mostram a vulnerabilidade da economia a riscos cibernéticos, segundo o CEO da Galp Energia. Ao ECO, Carlos Gomes da Silva diz que será necessário maior investimento não só por parte das petrolíferas, mas em todas as indústrias para aumentar a cibersegurança.
“Só revela uma coisa: os temas da cibersegurança são temas que hoje estão para além das fronteiras e afetam a economia de uma perspetiva global. É um alerta do ponto de vista económico, de impacto ao nível da economia, devemos estar mais sensíveis, mais atentos“, afirmou Gomes da Silva, sobre os ataques que aconteceram no fim de semana passado, em declarações ao ECO, à margem dos IRGAwards.
O grupo rebelde do Iémen Huthis usou drones para atacar a petrolífera estatal saudita Saudi Aramco, levando a uma quebra de metade da capacidade do maior produtor de petróleo do mundo. Os ataques provocaram uma forte valorização do preço do Brent para mais de 70 dólares. Depois da escalada, com a garantia de reestabelecimento da produção até ao final do mês a cotação do barril recuou até aos 64,50 dólares.
Carlos Gomes da Silva rejeita que a subida dos preços seja um prémio de risco adicional específico da indústria petrolífera e acredita que toda a economia terá de comportar os custos associados à cibersegurança.
“Não é um tema de uma indústria. É da economia global. Essa é precisamente a questão que deve ser tida em consideração. Devemos olhar para isto como um farol para o que a economia toda está exposta“, disse.
“Naturalmente que os mercados ajustam-se, ajustaram-se imediatamente e tiveram capacidade de responder. O prémio de risco é um prémio de risco que tem a ver com uma nova realidade e que é transversal. Vamos todos ter de investir mais em todas as indústrias e em todas as áreas do conhecimento para que estejamos todos mais protegidos em relação a riscos como a cibersegurança“, acrescentou o CEO da Galp.
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