Depois do ataque de Centeno, Catarina Martins responde: “Não sei se o PS está arrependido destes anos”

Catarina Martins reagiu às acusações duras de Mário Centeno, que esta manhã falou em "devaneios" ao referir-se às medidas dos bloquistas. Líder do BE mantém que medidas do PS não estão cobertas.

Mário Centeno fala em “devaneios” do Bloco de Esquerda, Catarina Martins pergunta se o PS está “arrependido” do que se passou na atual legislatura. Na corrida às legislativas de 6 de outubro, o clima entre PS e BE está cada vez mais tenso.

O PS deu uma conferência de imprensa esta manhã na sede do partido, em Lisboa, onde criticou os programas eleitorais do Bloco de Esquerda, PSD e CDS. Mário Centeno, um dos responsáveis pela parte económica do programa socialista e candidato a deputado, foi especialmente duro com os bloquistas.

“O programa do PS não tem financiamento para propostas e devaneios eleitorais do BE”, afirmou o titular da pasta das Finanças, acrescentando que só para cumprir as promessas do Bloco nas áreas da Saúde, Cultura e investimento público, “teríamos em 2023 de duplicar o que se paga em IRS”. “Não há cobertura para esse pedido” que exige mais 15.500 milhões, quantificou.

A líder do Bloco de Esquerda foi confrontada com este ataque à margem de uma visita em Barcelos. “Fico agradada pelo facto de o programa do BE estar no centro” do debate, referindo que isso significa que o BE está a “fazer bem”, com “contas certas”, disse aos jornalistas em declarações transmitidas pela RTP3.

De seguida referiu que o “programa do PS não tem Orçamento para metade das 26 mil casas” que prevê na sua política de habitação. A líder do Bloco também duvidou da margem que o PS diz existir para os salários da Função Pública. “O PS optou por apresentar um programa sem contas”, disse Catarina, referindo que só depois do debate que a opôs a António Costa é que o PS apresentou cálculos.

Mas a conferência de imprensa dada esta manhã por Mário Centeno não convenceu Catarina Martins. “Continua a faltar qualquer capacidade orçamental para cumprir as promessas do PS no programa”, garante a líder bloquista.

Os jornalistas insistiram mas a líder do BE referiu que tem de ser o PS a explicar as suas contas. Confrontada com o facto de Mário Centeno afirmar que “os mais de 30 mil milhões de euros que o Bloco de Esquerda quer executar não estão no Programa de Estabilidade”, Catarina Martins responde: “não sei onde Mário Centeno vai buscar esses números”. O Bloco de Esquerda não apresenta um programa “a cada dia”.

O que o Bloco prevê para o investimento público é colocá-lo em 5% do PIB, ou seja “chegar aos 10 mil milhões de euros”, o que significa “duplicar o investimento público”. “O próprio Mário Centeno disse que queria duplicar e agora arrependeu-se”, questionou.

Sobre a dureza do ataque a um partido parceiro de coligação durante esta legislatura, Catarina Martins deixou uma dívida no ar: “Não sei se o PS está arrependido destes anos”. A líder do bloco disse que os bloquistas não estão arrependidos e recusou-se a explicar as razões que levam o PS a endurecer o ataque. “Não me podem perguntar a mim sobre as intenções do PS.”

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