Marques Mendes: “António Costa atacou forte e feio o Bloco”
O comentador da SIC diz que António Costa “não gosta do Bloco e gosta do PCP”. E deixou esse sentimento “vir ao de cima” na entrevista ao Expresso.
Marques Mendes comentou na SIC o caso político que marcou o fim de semana: a troca de palavras entre António Costa e Catarina Martins. Diz que “Costa atacou forte e feio o Bloco, mas teve-o como parceiro nos últimos quatro anos. E isso é um pouco deselegante”.
O comentador afirmou que a entrevista “é uma espécie de guião eleitoral, com o objetivo da maioria absoluta”.
O primeiro ponto da entrevista destacado por Marques Mendes e para o comentador da SIC, “menos falado, é a ideia de dramatizar a situação económica internacional. Por isso, precisamos de um governo forte, ou seja, de maioria absoluta. Fez isso porque sabe que quando há uma ameaça de crise, as pessoas valorizam a estabilidade”.
O segundo ponto da entrevista, o mais badalado, é um “ataque muito forte ao Bloco, quando dá a entender que o Bloco é um partido leviano, que só se preocupa com a imagem. É uma crítica muito exagerada”.
Então porquê este ataque ao Bloco?
- “Porque o Bloco está forte nas sondagens”;
- “O Bloco forte trava uma maioria absoluta” do PS;
- “Porque o centro-direita assusta-se com o Bloco de Esquerda. Logo, é preferível um PS maioritário”, afirmou Marques Mendes.
São estas três razões que, segundo o comentador, justificam um “ataque forte e exagerado ao Bloco”. Por contraste, “deu elogios exagerados ao PCP, o que também é incómodo, já que faz o PCP parecer um apêndice do PS”.
Este sábado, em entrevista ao Expresso, António Costa lançou uma farpa política ao Bloco de Esquerda: “Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes”.
O Bloco não gostou e Catarina Martins respondeu, em declarações ao ECO, que “o desejo de uma maioria absoluta pode levar à arrogância e à tentação de fazer caricatura”.
Já este domingo, quando estava a percorrer um novo troço da N2, o primeiro ministro foi confrontado com a polémica, mas adotou um tom mais conciliatório: “A N2 é uma boa fonte de inspiração de como juntos podemos fazer mais e melhor”.
Perante a insistência dos jornalistas, António Costa recomendou a leitura da “entrevista toda” e não apenas de uma resposta “que tirada fora de contexto pode ter outra leitura”.
Também este domingo, Catarina Martins confirmou aos jornalistas ter lido a entrevista toda e pediu “humildade” ao primeiro-ministro.
“As escolhas ficam com quem as faz em cada momento. Eu acho normal que os partidos nesta altura mostrem as diferenças que têm, mas é bom que também tenhamos a humildade de reconhecer o que foi feito em conjunto – sem apagar as diferenças, claro – e apresentarmos o que queremos para o país”, afirmou Catarina Martins em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à 40.ª edição da Agrival – Feira Agrícola do Vale do Sousa, em Penafiel.
No Twitter, Marisa Marias, a propósito desta polémica, publicou este post:
Tweet from @mmatias_
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Marques Mendes: “António Costa atacou forte e feio o Bloco”
{{ noCommentsLabel }}