Angola deve 70 milhões de euros à TAP

  • ECO
  • 10 Dezembro 2016

Companhia de aviação perde, em média, quatro milhões de euros por mês no mercado angolano devido à dificuldade de repatriamento de capitais e a atrasos nos pagamentos.

70 milhões de euros, é o montante a que ascenderá a dívida de Angola à TAP. A cada mês que passa, a companhia aérea fatura entre seis a sete milhões de euros com a operação em Angola, mas só consegue receber uma pequena parte desse dinheiro, segundo avança o Público na edição de hoje (acesso gratuito), devido à dificuldade de repatriamento de capitais com origem naquele país em crise.

Em cerca de três meses, os montantes retidos em território angolano terão crescido 20 milhões de euros, já que, no final de agosto, a dívida rondava os 50 milhões. Ao que o Público apurou, têm vindo a ser pagos mensalmente entre um a dois milhões de euros, o que significa que Angola fica a dever a cada mês entre quatro a cinco milhões à transportadora aérea nacional. Valores que oscilam em função da época. Em agosto, por exemplo, as vendas rondaram nove a dez milhões, pelo que a diferença face aos montantes pagos foi muito maior.

O aumento da dívida de Angola à TAP resulta da crise financeira que atingiu aquele país africano face à acentuada diminuição das receitas de exportação de petróleo. Esta situação tem originado dificuldades no repatriamento de capitais e atrasos nos pagamentos, que também atingem a companhia aérea portuguesa.

A TAP tem tomado medidas para conter os danos resultantes dessa situação. No início de 2015, restringiu a venda de bilhetes no país apenas às viagens que se realizem com origem em Luanda e também tem vindo a reduzir a operação. Este ano, começou por cortar o número de voos semanais entre Lisboa e a capital angolana de dez para oito e, agora, só conta com sete. Medidas mais drásticas estarão a ser equacionadas pela TAP, mas esta tem sido pressionada pelo Governo a manter um mínimo de frequências para garantir que a comunidade portuguesa e as relações diplomáticas entre os dois países não saem prejudicadas.

O Governo também tem tentado resolver o problema junto das autoridades angolanas, pedindo que acelerem os pagamentos à TAP, mas as negociações diplomáticas não têm surtido efeito.

Companhia mira lucros de 30 milhões este ano

Apesar das dificuldades enfrentadas no mercado angolano, a TAP prevê terminar 2016 com lucros. Segundo dados a que o Expresso teve acesso (acesso pago), em outubro, a companhia aérea acumulava um lucro de 58 milhões de euros. Nessa altura, e tendo em conta que novembro e dezembro têm tipicamente desempenhos menos positivos, a empresa previa obter resultados líquidos próximos dos 30 milhões de euros este ano. Números que dizem respeito ao transporte aéreo.

No universo do grupo TAP, as previsões não são tão animadoras, segundo noticia o semanário na edição de hoje. Isto devido ao resultado da empresa de manutenção no Brasil que deverá pesar nas contas da companhia aérea. Ainda assim a TAP espera terminar o ano com números globalmente positivos, tal como afirmou o seu presidente executivo na semana passada. “Esperamos que este ano seja melhor do que o ano passado. Não temos certeza do resultado final, mas esperamos que seja positivo“, afirmou Fernando Pinto nessa ocasião.

Em 2015, o negócio aéreo da TAP registou prejuízos de 99 milhões de euros, com a empresa de manutenção do Brasil a agravar ainda mais o resultado do grupo. No ano passado, o prejuízo do grupo TAP ascendeu a 151,7 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Angola deve 70 milhões de euros à TAP

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião