Luís Montenegro disponível para se candidatar à presidência do PSD
O antigo líder do grupo parlamentar deverá anunciar esta quarta-feira a sua disponibilidade para disputar eleições diretas para a presidência do PSD.
Luís Montenegro vai mesmo voltar a entrar em cena. O antigo líder do grupo parlamentar deverá anunciar esta quarta-feira a sua disponibilidade para disputar eleições diretas para a presidência do partido, avançou o Público (acesso condicionado). O jornal cita fonte do partido para indicar que o ex-deputado social-democrata vai fazer o anúncio à noite, numa entrevista à SIC. Luís Montenegro tem já o apoio de Pedro Duarte na investida, um dos principais críticos da atual presidência.
Quanto a Rui Rio, o presidente do PSD encontra-se a ouvir várias pessoas ligadas ao partido “antes de tomar uma posição” sobre a sua continuidade na liderança. Esta ainda é uma das maiores incógnitas depois do mau resultado obtido nas legislativas deste domingo, sendo que a direção nacional defende a sua permanência e até recandidatura num cenário de eleições diretas.
A notícia da candidatura de Luís Montenegro surge no mesmo dia em que Aníbal Cavaco Silva, ex-Presidente da República, se mostrou entristecido com o resultado eleitoral do PSD e defendeu que é urgente mobilizar os militantes que se afastaram ou foram afastados por Rui Rio. “Como é o caso de Maria Luís Albuquerque, uma das mulheres com maior capacidade de intervenção que conheci durante o meu tempo de Presidente”, especificou. Uma tristeza que Rui Rio garante não ter discutida com o Presidente da República na audiência desta tarde e que também não quis comentar.
Desde domingo que a contestação interna a Rui Rio tem vindo a subir de tom, devido aos resultados eleitorais que deram aos sociais-democratas 27,9% dos votos e 77 mandatos. Miguel Relvas, antigo ministro de Pedro Passos Coelho, disse ao Fórum TSF que face ao “mau resultado” destas eleições, o PSD precisa de “um novo líder” que prepare as próximas eleições autárquicas (em 2021) com uma perspetiva diferente, instando aqueles que querem ser alternativa a apresentarem-se agora. Relvas ainda não disse quem apoiaria, mas nos corredores, aponta-se para Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais e afastado por Rio das listas para o Parlamento.
Já António Almeida Henriques, que foi secretário de Estado Adjunto da Economia na primeira metade do Governo de Pedro Passos Coelho e um dos apoiantes de Luís Montenegro em janeiro, juntou a sua voz ao coro de críticas pedindo um congresso para clarificar o futuro do partido. “O resultado não foi um desastre, mas foi muito mau”, admitiu Almeida Henriques, defendendo então que “o PSD deve fazer a reflexão e deve antecipar o congresso, não tenhas dúvidas”, disse em declarações à Antena 1 e à SIC Notícias.
Um dos nomes que se espera ouvir é o de Jorge Moreira da Silva, em silêncio desde domingo. Logo depois das europeias de maio, Jorge Moreira da Silva, antigo vice-presidente do PSD e ministro do Ambiente de Pedro Passos Coelho, deixou duras críticas, falando num PSD “totalmente desorientado” e em humilhação. “Não sei o que é pior: ter tido um resultado desastroso – o pior da nossa história – ou não ter percebido as razões para que tal tivesse acontecido, como parecem evidenciar as declarações de Rui Rio na noite eleitoral e no decorrer desta semana. O PSD está totalmente desorientado perante um resultado eleitoral que, não há outra forma de o dizer, foi humilhante”, escreveu Jorge Moreira da Silva, num artigo de opinião publicado no Expresso. O que dirá agora?
Correção: Ao contrário do que estava escrito, o artigo de opinião de Jorge Moreira da Silva refere-se às eleições europeias e não aos resultados deste domingo nas legislativas.
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