Aumentos propostos pela CP são “insuficientes” mas ainda podem ser renegociados, dizem sindicatos
A comissão sindical negociadora considerou que a proposta de aumentos da CP "é insuficiente" e não supera as expectativas dos trabalhadores, mas espera que ainda possam ser renegociados.
A comissão sindical negociadora considerou esta sexta-feira “insuficiente” a proposta da CP – Comboios de Portugal relativa ao Acordo de Empresa (AE), mas espera que haja abertura por parte da transportadora e do Governo para renegociar algumas matérias.
A estrutura, que engloba o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), esteve reunida esta sexta-feira no Ministério das Infraestruturas, em Lisboa, com a administração da CP – Comboios de Portugal e com representantes do Governo, num encontro mediado pelo advogado Guilherme Dray.
“Tomámos já uma primeira posição. A proposta é insuficiente, não supera, nem de perto nem de longe, as expectativas dos trabalhadores. Nas cláusulas pecuniárias, o aumento não se traduz num valor significativo”, defendeu, em declarações à Lusa, o dirigente do SNTSF, Abílio Carvalho.
De acordo com este representante, por exemplo, é proposto, no subsídio de escala, um aumento inferior a um euro para os 18,30 euros, enquanto no que concerne ao subsídio de refeição, até aqui nos 6,86 euros, é proposta uma atualização para 7,10 euros este ano e para 7,30 euros em 2020.
Uma das situações que mais mereceu o desagrado da comissão sindical foi a ausência de uma valorização adequada para os trabalhadores das bilheteiras e da revisão.
Atualmente estes trabalhadores recebem um abono para falhas que varia, em média, entre os seis euros e os 15 euros mensais. A proposta da empresa prevê que esta rubrica possa ser aumentada, gradualmente, de acordo com a receita que cada trabalhador consiga angariar diariamente.
Já no que se refere a diuturnidades, cujo valor está congelado, desde 2009, em cerca de 22,70 euros, a oferta prevê uma atualização para 23,50 euros este ano e para 24 euros em 2020.
Por fechar ou sem proposta, estão ainda rúbricas como o subsídio de transporte.
No total, a proposta da CP prevê a distribuição de dois milhões de euros, em três anos, por cerca de 2.700 trabalhadores da empresa ferroviária, valor que os sindicatos voltam a classificar como insuficiente.
Porém, a estrutura negociadora admitiu que a transportadora mostrou já alguma abertura, pelo menos, no que diz respeito ao pagamento de retroativos, apesar de ainda não ter sido firmado um acordo nesta matéria.
“Houve abertura, mas ainda não está firmado, para que a retroatividade seja a janeiro de 2019. Temos um acordo, firmado em fevereiro de 2018, com a CP, que prevê a aplicação em outubro de 2018 e, por isso, entendemos que os retroativos têm que ser [contabilizados a partir dessa data]. Houve abertura [por parte da empresa] apenas para ser a partir de janeiro de 2019, agora vamos ver se há alterações”, notou.
Para já, os sindicatos estão a analisar as propostas e as medidas a tomar.
“Esperamos que na próxima reunião haja bom-senso do Governo e da CP e que sejam [renegociadas] algumas questões que foram colocadas em cima da mesa”, afirmou Abílio Carvalho.
O sindicalista garantiu ainda à Lusa que no próximo dia 23 vão apresentar à CP outro caderno reivindicativo com várias medidas, como o aumento mensal de 90 euros por trabalhador, ou, sensivelmente, três euros por dia.
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