Tomás Correia: “Não sou condicionável por coisa nenhuma”
Tomás Correia diz que não vai anunciar saída no dia 24. Ainda assim, revela que já não tem "condições físicas e até intelectuais" para continuar a assumir à frente da mutualista.
Tomás Correia afirmou esta quinta-feira que não é “condicionável por coisa nenhuma”, recusou estar a ser afastado da mutualista e reiterou que não sairá no dia 24 de outubro. Ainda assim, o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), com 75 anos, revelou que “a dada altura” terá de sair. “Até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais para poder continuar a assumir esta responsabilidade”, disse.
“Eu não sou condicionável por coisa nenhuma. Os senhores podem escrever, dizer, falar o que quiserem. Eu nunca fui condicionável na minha vida. Eu sou autónomo desde os meus 10 anos de idade, vivo com a minha própria capacidade e com o meu próprio discernimento”, afirmou Tomás Correia esta quinta-feira à margem da Jornada Internacional pela Erradicação da Pobreza, que decorreu no edifício da mutualista Montepio, em Lisboa.
Face a notícias que davam conta da sua possível saída no conselho geral da AMMG, no dia 24 de outubro, como o ECO escreveu, Tomás Correia voltou a garantir que não sairá da associação nessa data.
O jornal Público escreve esta quinta-feira, também, que a Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF) se prepara para chumbar os requisitos de idoneidade que permitiriam que Tomás Correia se mantivesse à frente da associação.
"Eu não sou condicionável por coisa nenhuma. Os senhores podem escrever, dizer, falar o que quiserem. Eu nunca fui condicionável na minha vida.”
“Não estou a ser afastado. E não me condicionam com essa conversa. Dia 24 não saio de certeza absoluta. Podem ficar tranquilos“, disse o líder da Mutualista Montepio aos jornalistas. No entanto, Tomás Correia afirmou que a sua saída da mutualista terá de acontecer a “dada altura”, devido à idade.
“É óbvio que eu por razões de idade, numa dada altura, hei de sair do Montepio, até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais, se quiserem pensar assim, para poder continuar a assumir esta responsabilidade”, afirmou.
Tomás Correia reconheceu que “é natural que alguém que vai a caminho dos 75 anos tenha caminhos diferentes para fazer”, mas que só sairá “quando entender que é o momento, em boa ordem”.
“Nunca ninguém me condicionou aos 10 anos, e não é agora que estou a caminho dos 75 que me condicionam”, reiterou, acrescentando que quando sair da presidência da AMMG o fará de consciência tranquila.
"É óbvio que eu por razões de idade, numa dada altura, hei de sair do Montepio, até porque já não tenho condições físicas e até intelectuais, se quiserem pensar assim, para poder continuar a assumir esta responsabilidade.”
“Ao longo da minha vida, sempre tive consciência de que fiz o melhor que podia e sabia, e aquilo que tenho feito no Montepio também me dá essa confiança, essa tranquilidade, de ter feito o melhor que sabia e podia”, concluiu.
Sobre o seu papel no Montepio, Tomás Correia afirmou que conduziu a instituição “num quadro de crise profunda, em que provavelmente não havia muita gente que o fizesse“, dizendo-se apenas “uma pequena parte” de um todo, os funcionários do Montepio.
“Consegui enfrentar uma grande crise nesta instituição. Ela cá está, enfim, com todas as dificuldades, porque não viveu em ambiente amniótico, e cá está para enfrentar o futuro e dar o seu contributo para a economia”, concluiu.
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