OPEP mantém previsões da procura mundial de petróleo em 2019 e 2020
A OPEP prevê para este ano um crescimento da procura de 980 mil barris para 99,8 milhões de barris por dia. Para 2020 estima-se uma subida para para 100,88 milhões de barris, um valor recorde.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) manteve esta quinta-feira as previsões da procura mundial de petróleo, que no próximo ano ultrapassará pela primeira vez os 100 milhões de barris por dia.
No mais recente boletim mensal sobre o mercado petrolífero, os analistas do grupo petroleiro preveem para este ano um crescimento da procura de 980 mil barris para 99,8 milhões de barris por dia, enquanto para 2020 estimam uma subida de 1,08 milhões de barris por dia para 100,88 milhões de barris.
Em relação à oferta de petróleo, a OPEP espera uma significativa subida dos produtores não membros do grupo, como da Rússia, Estados Unidos e Canadá, entre outros, cuja produção aumentará 1,82 milhões de barris por dia este ano e 2,7 milhões de barris por dia em 2020, em detrimento dos produtores da OPEP.
Em média, os países não OPEP produzirão este ano 64,3 milhões de barris por dia e 66,46 milhões de barris por dia em 2020.
A procura média do petróleo da OPEP manteve-se para este ano em 30,7 milhões de barris por dia, menos 900 mil barris que no ano anterior.
Para 2020, a organização prevê uma procura de petróleo da OPEP de apenas 29,6 milhões de barris, menos 1,1 milhões de barris que este ano.
Em outubro a produção da OPEP foi de 29,65 milhões de barris, quase mais um milhão de barris do que no mês anterior, devido a uma forte subida da produção da Arábia Saudita.
O principal produtor do grupo voltou assim a recuperar plenas capacidades depois dos ataques com aviões não tripulados que sofreram as suas instalações em setembro passado, que paralisou a produção vários dias.
A Venezuela, por outro lado, parece ter conseguido travar a descida, ao produzir em outubro 687.000 barris por dia, segundo fontes alheias à OPEP, mais 42.000 barris do que em setembro.
Este novo nível de produção contrasta com o que o país sul-americano produzia há apenas dois anos, com cerca de dois milhões de barris diários.
O Equador, que no início de 2020 abandonará a OPEP, registou em outubro uma forte queda da produção no âmbito de protestos antigovernamentais, ao passar de 548.000 barris para apenas 448.000 barris diários.
Em relação ao preço do petróleo, a OPEP precisa que a média de outubro foi de 59,91 dólares, menos 3,9% que em setembro.
Segundo os analistas da OPEP, as perspetivas de crescimento da economia global mantêm-se em 3% para os anos de 2019 e 2020, o mesmo nível que o estimado há um mês.
Os analistas do grupo especificam certos “sinais positivos” para a conjuntura mundial, como uma melhoria das relações comerciais entre os Estados Unidos e a China ou as perspetivas de uma saída negociada do Reino Unido da União Europeia depois das eleições gerais antecipadas de 12 de dezembro. Ao mesmo tempo, advertem para os perigos do elevado nível de dívida de numerosas economias importantes.
Os dados deste relatório mensal são divulgados a menos de três semanas da próxima reunião da OPEP em Viena, em 5 e 6 de dezembro, à qual irão também vários países importantes não membros, liderados pela Rússia.
Desde janeiro deste ano a OPEP e os aliados não OPEP, incluindo a Rússia, aplicam um corte conjunto da produção de cerca de 1,2 milhões de barris por dia para estabilizar o mercado e o preço do petróleo.
A aliança, conhecida como OPEP+, renovou em julho este acordo até março de 2020 e a política de cortes deverá ser revista e confirmada na reunião de Viena em dezembro.
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