Mais de 19% dos jovens demoram um ano ou mais para encontrar primeiro emprego

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 16 Dezembro 2016

INE publicou hoje dados que caracterizam a experiência educativa e de emprego dos jovens.

Quase 32% dos jovens encontraram o primeiro emprego considerado significativo nos três primeiros meses após deixarem a escola. Porém, mais de 19% esperaram mais de 12 meses, avançam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados hoje.

Entre os 1,4 milhões de jovens entre os 15 e 34 anos que já não estudavam no segundo trimestre do ano, apenas 151 mil já tinha um emprego significativo (ou seja, com duração superior a três meses) quando saiu da escola. Mais de 447 mil demorou três meses a conseguir emprego e, para 270,7 mil jovens foi mesmo necessário esperar 12 meses. Acrescem 106,4 mil que ainda não encontraram emprego e outros 24,4 mil que não procuraram.

Quanto tempo demoraram os jovens a encontrar emprego depois de deixarem a escola?

Nota: Dados referem-se a jovens que não estão em educação formal (que conferem um nível de escolaridade) e a empregos considerados "significativos, ou seja, com duração superior a três meses Fonte: INE
Nota: Dados referem-se a jovens que não estão em educação formal (que conferem um nível de escolaridade) e a empregos considerados “significativos, ou seja, com duração superior a três meses
Fonte: INE

Os dados resultam do módulo ad hoc do Inquérito ao Emprego sobre “jovens no mercado de trabalho”, explica o INE. O objetivo é caracterizar a experiência educativa e de emprego dos jovens entre os 15 e 34 anos no segundo trimestre do ano (quase 2,3 milhões).

Cerca de dois terços dos jovens não tiveram experiência profissional enquanto estudaram. Entre os que afirmam ter tido alguma experiência, destacam-se os jovens mais velhos, com ensino superior e empregados. Além disso, mais de 59% dos jovens entre os 15 e os 34 anos não se encontravam a estudar no segundo trimestre.

Como é que os jovens encontram emprego?

Sobretudo através da rede de familiares, amigos ou conhecidos, diz o INE. Esta é uma realidade para 42,1% dos quase 1,1 milhões de trabalhadores por conta de outrem entre os 15 e 34 anos.

No caso de 18,6% destes jovens, o atual emprego resultou de contactos com a entidade patronal. Seguem-se as respostas a anúncios (16,9%), outros métodos (13,2%) e a intervenção do centro de emprego (5,5%). A grande maioria (89%) dos jovens empregados há menos de um ano ou sem emprego diz não ter recebido qualquer apoio institucional.

Os dados do INE permitem ainda concluir que 32% dos quase 1,2 milhões de jovens empregados considera que tem qualificações a mais face às funções exercidas. Mas quase metade entende ter as qualificações adequadas.

29,6% dos desempregados estão disponíveis para trabalhar fora do país

A grande maioria dos jovens empregados não foi obrigada a mudar de residência por causa do trabalho. Mas quase 65% dos desempregados diz que estaria disposto a fazê-lo para encontrar emprego. Mais: 26,9% indicaram mesmo que estariam disponíveis para sair do país.

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