Seguros de arte registaram perdas incalculáveis em 2019
A Hiscox listou os 12 casos mais relevantes de 2019 no seguro de obras de arte. Nas perdas, a AXA foi a mais penalizada. Mas, ao longo do ano recuperaram-se obras somando mais 120 milhões de euros.
O ano passado foi trágico para o setor de seguros de arte, em particular para o grupo AXA, pelo custo das obras de restauração da Catedral de Notre-Dame.
O trabalho divulgado pela filial espanhola do grupo Hiscox compila, numa única infografia, as obras e o património artístico que foram protagonistas em 2019, por causa de algum sinistro, como roubo, incêndio ou por inundações.
A AXA assumiu perdas ainda incalculáveis relacionadas com o incêndio que, em abril, causou o colapso de parte do icónico monumento parisiense. A companhia segurou as obras de restauração da Catedral Notre-Dame através da subsidiária AXA Art.
Muitas outras seguradoras sofreram o impacte das inundações registadas em Veneza, em novembro, por danos igualmente difíceis de calcular.
A informação inclui 12 obras de arte relevantes que, ao longo do ano, foram dadas como perdidas ou, para memória mais feliz, foram recuperadas.
Entre as perdas mais significativas de 2019, a Hiscox refere ainda o assalto ao Palácio Real de Dresden, de onde foram roubados diamantes por um valor estimado de 1 000 milhões de euros. O segundo maior roubo do ano teve lugar na Arábia Saudita, com o desaparecimento do ‘Salvador Mundi’, de Leonardo da Vinci, avaliado em 409 milhões de euros. Os casos e a geografia dos roubos de obras de arte não se limitam a estes exemplos.
O lado mais feliz do ano é marcado pela recuperação de obras, somando cerca de 124 milhões de euros e a demonstrar que o trabalho para recuperar obras roubadas foi proveitoso.
Em Amesterdão, o ‘Retrato de uma dama, de Gustav Klimt (avaliado em 25 milhões de euros), estava desaparecido desde 1979; Na Itália, o ‘Busto de uma mulher’ de Picasso, roubado em 1999, avaliado em 44 milhões; no Reino Unido, ‘America’, de M. Cattelan, avaliado em 5 milhões de euros. O infográfico destaca ainda, na Alemanha, a recuperação de cinco pinturas roubadas em 1979, cujo valor excede 50 milhões de euros.
Eva Peribáñez, responsável pela área de arte e clientes particulares na Hiscox, explica que o trabalho apresentado pretende «mostrar de maneira simples algumas das mais notáveis obras de arte e património artístico que se perderam ou correram perigo. Espero que este projeto nos ajude a refletir, agora que o ano termina, sobre a relevância da arte na nossa sociedade e como devemos trabalhar juntos para proteger essas peças únicas, para que elas também possam ser apreciadas pelas próximas gerações».
O infográfico mostra como «a nossa herança, de propriedade pública ou privada, infelizmente está exposta a vários riscos, independentemente de estarem localizados em grandes museus, galerias de arte ou coleções particulares».
A boa notícia, por outro lado, é que «aumenta o uso de seguro para esse tipo de peças e os criminosos continuam a enfrentar o problema de introduzir as obras roubadas no mercado depois de as furtarem, daí a recuperação de muitas delas, embora algumas vezes demore décadas a consegui-lo.», acrescenta Eva Peribáñez, citada no documento da seguradora.
A Hiscox é representada em Portugal pela Innovarisk, que subscreve e gere as apólices em nome da multinacional nos seguros de obras de arte, habitação e responsabilidade civil.
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