Seguradoras chinesas estão sem receio do coronavírus

  • ECO Seguros
  • 9 Fevereiro 2020

As seguradoras na China deverão suportar sem sobressalto, no curto prazo, as consequências económicas do surto do coronavírus, sustentam analistas financeiros. Pandemia generalizada será diferente.

Analistas de Hong Kong e de outras praças financeiras na região consideram que as seguradoras na China serão capazes de gerir as consequências da epidemia do novo coronavírus, pelo menos, no curto prazo: “Nesta fase, o efeito sobre as seguradoras ainda é muito limitado”, adiantou Kevin Leung, diretor executivo de estratégia de investimento da Haitong International Securities.

Por seu lado, em nota dirigida a investidores em 31 de janeiro, analistas da Nomura antecipavam que “as perdas de sinistros diretos para companhias de seguros serão controláveis. Suportando este ponto de vista, a entidade detalhou: o efeito sobre as seguradoras ainda é muito limitado. A nível macroeconómico, ainda é apenas uma proporção muito pequena do total da população.

O coronavírus, cujo surto foi identificado com origem na província de Hubei, já ultrapassou as fronteiras da China. Os números mais recentes indicam que a epidemia já fez 563 mortos (dois fora da China) tendo contagiado dezenas de milhares de pessoas, das quais mais de 28 mil encontram-se em situação clínica grave.

De acordo com Kevin Leung, da Haitong Securities, espera-se que as reclamações em torno do surto do vírus sejam cobertas principalmente por seguros de saúde comerciais, uma área “ainda com fraca penetração e não representando uma grande parte do negócio global”.

Em segundo lugar, o governo chinês já anunciou que irá cobrir o custo do excesso sobre o montante da apólice de seguros existentes. As autoridades de Beijing já anunciaram uma série de medidas que o governo central irá tomar para subsidiar os custos relacionados com o vírus. Finalmente, os acordos de resseguro poderiam cobrir parcialmente os sinistros das seguradoras diretas, acrescentou.

No último dia de janeiro, a Fitch Ratings admitia que “o recente surto de novas infeções por coronavírus exerça pressão sobre a rentabilidade das seguradoras chinesas no curto prazo, mas que a pressão sobre os lucros será controlável“.

A penetração do seguro na China tende a concentrar-se nas cidades costeiras com maior poder aquisitivo. “Wuhan está localizada na província de Hubei, no centro da China, que está no epicentro da epidemia. A província representou apenas cerca de 4% dos prémios de seguro de vida e não vida emitidos na China em 2019”, sustenta fonte do mercado financeiro.

A questão está em saber quando é que o surto será contido. Se isso atrasar e os mercados ficarem expostos aos efeitos de uma pandemia, o cenário é diferente, advertiu outro analista. Entretanto, outros setores económicos – como transportes e logística internacional – já sinalizam o abrandamento de atividade em entrepostos e portos por onde flui o tráfego das trocas comerciais com a China.

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