Vinci? “É incompreensível a sua postura”, diz Antonoaldo Neves

  • ECO
  • 16 Fevereiro 2020

O presidente executivo da TAP garante que "as relações com o Governo são boas", mas ataca de forma direta e dura a Vinci, dona da ANA, e o que (não) fez no aeroporto de Lisboa.

“Não sabia nada de aeroportos. Portugal foi a sua primeira experiência”. É assim que Antonoaldo Neves avalia a Vinci, a dona da ANA, a concessionária de aeroportos em Portugal. O presidente executivo da TAP afirmou, em entrevista ao El País (conteúdo em espanhol, acesso livre), que a Vinci prejudica os resultados da companhia, num ano, como o ECO revelou em primeira mão, em que os prejuízos superaram os 100 milhões de euros.

Antonoaldo Neves critica também a Vinci por não ter dado uma resposta positiva às propostas da TAP para a expansão do aeroporto de Lisboa. O projeto da Vinci [ANA] “só favorece 20% dos movimentos”, diz Antonoaldo. “Oferecemos uma solução que favorecia 100% dos movimentos, mas a Vinci não quis. Propusemos pagar a obra, mas [a Vinci] também não quis”, acrescentou. “É incompreensível a sua posição, quero creer que é um grupo que não saboa nada de aviação quando aqui chegaram e que, no futuro, fará melhor”.

Já sobre o Governo, a posição é outra. Antonoaldo Neves assegurou que a companhia aérea “deixou de ser um problema para o Estado” português, apontando que “as relações com o Governo são boas”, em entrevista ao El País.

“A TAP já não contribui para o défice público, pelo contrário, paga impostos, financia-se sem a garantia do Estado e traz milhões de turistas”, disse Antonoaldo Neves. O CEO da TAP destacou que, durante a gestão do acionista privado, se compraram 30 aviões e abriram 11 rotas. Para além disso, aumentou a força de trabalho em 10%, ao contratar mais de 600 hospedeiras e 300 pilotos.

Questionado pela publicação espanhola pelos prejuízos que a empresa registou, que serão acima de 100 milhões de euros em 2019, segundo apurou o ECO, o responsável aponta que a TAP está “num enorme processo de transformação”, reiterando que não vão “arriscar o longo prazo pelo curto”.

O responsável adiantou ainda que TAP vai abrir uma ponte aérea a unir Madrid e Lisboa, a 29 de março, com oito ligações diárias. Nos planos da companhia está também aumentar em 40% os voos para Espanha, nomeadamente nas ligações de Lisboa a Barcelona, Bilbau, Alicante, Valência, Málaga e Sevilha, e ao abrir ligação a Santiago de Compostela.

(Notícia atualizada com declarações de Antonoaldo Neves sobre a Vinci, dona da ANA)

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