ANA avança com licenças sem vencimento, redução de horários e férias
ANA apela à "mobilização voluntária e solidária dos trabalhadores da empresa" para superar o momento de crise. Comissão Executiva vai ter corte de 20% no salário e não haverá bónus.
A ANA – Aeroportos de Portugal propõe aos trabalhadores licenças sem vencimento, redução em 20% do período normal de trabalho durante três meses e o gozo antecipado de férias para reduzir o impacto da crise provocada pelo novo coronavírus.
Numa carta enviada hoje aos trabalhadores, a que a Lusa teve acesso, o presidente executivo da ANA, Thierry Ligonnière, apela “à adesão individual a uma ou mais medidas de apoio”, entre as quais constam a atribuição de licenças sem vencimento, redução temporária de 20% do período normal de trabalho durante três meses ou o gozo antecipado de férias relativas a 2020.
A empresa gestora dos aeroportos nacionais anuncia a aplicação de um corte de 20% nos salários da Comissão Executiva, a suspensão da distribuição de prémios durante o período da crise, da revisão da tabela salarial e da atualização do subsídio de refeição até ao final do ano.
Na extensa carta, Thierry Ligonnière informa ainda que “deverão ser gozados os descansos compensatórios já vencidos e as férias relativas aos anos anteriores, até 30 de abril” e que está suspensa a realização de trabalho suplementar, salvo autorização expressa da Comissão Executiva”.
Além disso, refere, foram interrompidas as ações de consultoria externa, as contratações e adiadas ações de manutenção preventiva em infraestruturas e equipamentos não críticos.
Assumindo que as medidas já adotadas “serão provavelmente insuficientes” para proteger o emprego, caso a recuperação não aconteça no curto prazo, a ANA apela então à “mobilização voluntária e solidária dos trabalhadores da empresa”, através da adesão a uma ou mais das medidas propostas.
“Os diretores e a equipa de recursos humanos irão, nos próximos dias, fornecer mais detalhes sobre estas opções e sobre a adesão às mesmas”, explica.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia de Covid-19, já infetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil. Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 160 mortes e 7.443 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 627 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00h00 de 19 de março e até às 23h59 de 02 de abril.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
ANA avança com licenças sem vencimento, redução de horários e férias
{{ noCommentsLabel }}