DGS pondera alargar o uso de máscara a mais grupos da população
Apesar de não existir, para já, qualquer evidência científica de que o uso de máscara reduz o contágio por Covid-19, há vários países em que a medida aplicada teve resultados.
Especialistas que integram o Programa Nacional de Prevenção e Controlo de Infeções Antimicrobianas estão a rever a orientação lançada no início de março para que apenas profissionais de saúde, pessoas infetadas com Covid-19, imunodeprimidos ou pessoas circulem nos hospitais utilizem máscaras de proteção. A ideia é alargar este procedimento a mais segmentos da população, bem como, atividades profissionais, avança o Diário de Notícias (acesso pago).
Contudo, uma fonte contactada pelo DN diz que “de modo nenhum será aceite o uso generalizado de máscara. Não faz sentido, pelo menos por agora”, já que não existe, para já, evidências quanto à total eficácia da medida. Além disso, argumenta que apesar de já ter sido explicado como deve ser usada uma máscara, “ainda há quem cometa erros e depois não cumpra regras básicas, como o distanciamento”.
Também a Associação Portuguesa dos Médicos de Saúde Pública está estudar o assunto, acompanhando a evolução da situação em alguns países que tomaram esta medida logo no início da epidemia, como é o caso da República Checa, que regista à data 3.002 casos de infeção por Covid-19 e 25 mortes. Ricardo Mexia, presidente desta associação, sublinha que apesar de ainda não terem tomado nenhuma decisão, “se as pessoas tiverem máscaras e se esta for bem utilizada, não é nociva, mas, nesta época, temos de ser mais flexíveis”. Ainda assim, lembra que no mercado não há máscaras para toda a gente. “Não se pode estar a tomar medidas que depois não podemos aplicar“, refere.
Apesar de não existir nenhum evidencia científica, o diretor-geral do Centro Chinês de Controlo e Proteção de Doenças considera que a recusa em usar máscara é a maior falha dos vários países. “O grande erro nos EUA e da Europa é o facto de as pessoas não estarem a usar máscaras“, disse George Gao, em entrevista à Science (acesso livre, conteúdo em inglês).
Aquele que é considerado o maior especialista em infeções por Covid-19 da China, aponta que “o vírus é transmitido por gotículas e pelo contacto de proximidade” e que as “gotas desempenham um papel muito importante”, sendo por isso, “necessário usar uma máscara, porque quando as pessoas falam, há sempre gotículas a sair da boca”. “Como muitas pessoas têm infeções assintomáticas ou pré-sintomáticas, se usarem máscaras, podem impedir que gotículas que transportam o vírus saiam e infetem outras pessoas”, defende.
(Notícia atualizada às 10h06 com mais informação)
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