Dívida pública sobe 3 mil milhões em fevereiro. Está nos 255 mil milhões

A dívida pública subiu pelo segundo mês consecutivo em fevereiro. Está agora nos 255 mil milhões de euros, tratando-se do valor mais elevado desde maio.

A dívida pública subiu pelo segundo mês consecutivo em fevereiro, tendo registado um aumento de 3.050 milhões de euros. O montante do endividamento público está agora nos 255 mil milhões de euros, de acordo com os dados publicados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. É o valor mais elevado desde maio do ano passado.

“Em fevereiro de 2020, a dívida pública situou-se em 255,4 mil milhões de euros, aumentando três mil milhões de euros relativamente ao mês anterior”, refere o Banco do Portugal em comunicado.

“Para este acréscimo contribuiu o aumento dos títulos de dívida (2,7 mil milhões de euros) e das responsabilidades em depósitos (0,4 mil milhões de euros), por via, principalmente, de certificados do Tesouro”, explica a instituição.

Desde o início do ano, Portugal regista já um crescimento de cerca de cinco mil milhões da sua dívida pública, uma evolução para a qual contribuiu sobretudo a atividade do IGCP em emissões de dívida para financiar a República. A agência que gere a dívida pública é habitualmente mais ativa na primeira metade do ano, realizando menos emissões no segundo semestre por causa do período de férias de verão e do período do Natal.

Dívida pública sobe

Fonte: Banco de Portugal

De resto, olhando para a dívida pública líquida de ativos em depósitos nas administrações públicas, Portugal regista uma evolução praticamente nula, o que significa que o aumento do endividamento no arranque do ano está a servir essencialmente para reforçar a almofada financeira do país.

O Banco de Portugal diz que os “depósitos das administrações públicas aumentaram 3,3 mil milhões de euros” em fevereiro — aumenta cinco mil milhões desde janeiro.

Deste modo, a dívida pública líquida de depósitos quase não altera, tendo diminuído 300 milhões de euros em relação ao mês anterior, totalizando agora 234,7 mil milhões de euros.

Em relação à almofada financeira, equivalente aos ativos de depósitos das administrações públicas, ascende agora a mais de 20 mil milhões de euros, mais cinco mil milhões de euros do que no final do ano passado.

Estes dados dizem respeito a um período em que o país ainda não registava impactos do surto do novo coronavírus, um problema que veio a ganhar dimensão sobretudo na segunda quinzena de março. Foi declarado o estado de emergência no país, a economia travou e obrigou o Governo a responder tanto na frente da saúde pública como na frente económica.

Na parte económica, já foram anunciadas várias medidas, como a disponibilização de linhas de crédito de mais de 3.000 milhões de euros, um regime facilidade de lay-off, entre outras medidas que vão exigir um maior esforço financeiro do Estado para contrariar o impacto económico da pandemia de Covid-19.

Nesse sentido, o IGCP anunciou esta terça-feira que vai acelerar as emissões de dívida para financiar a resposta do Governo. Consequentemente, a dívida pública deverá aumentar ao longo do ano.

Portugal fechou 2019 com a dívida pública a cair para 117,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Antes da pandemia, o Governo esperava nova queda em 2020, perspetivando um decréscimo para 116,2% do PIB no final do ano. Mas o vírus deverá mudar estas contas.

(Notícia atualizada às 11h24)

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