Estrangeiros geram 26% da riqueza produzida na UE
Por cada quatro euros de valor acrescentado que a UE gerou, mais de um euro veio de empresas controladas por entidades extra-comunitárias. Portugal está dentro da média europeia.
Mais de uma em cada 100 empresas na União Europeia (UE) são controladas por entidades estrangeiras. O peso destas empresas na criação de valor é bem maior, ainda assim: representam 26% do valor acrescentado que é gerado no espaço da comunidade europeia.
Os dados foram publicados esta terça-feira pelo Eurostat, referem-se a 2017, e surgem numa altura em que Bruxelas está preocupada com um eventual crescente domínio da China sobre companhias comunitárias por causa do impacto da pandemia do Covid-19.
A vice-presidente da Comissão Europeia, Margrethe Vestager, considerou esta segunda-feira que os Estados-membros devem entrar no capital de empresas afetadas pela pandemia, se necessário, para impedir que os chineses comprem posições e passem a controlar setores essenciais, tal como aconteceu na última crise, inclusive em Portugal (EDP e REN são dois exemplos).
De acordo com os dados do Eurostat, os últimos anos trouxeram um aumento da presença de investidores estrangeiros na economia da UE. Entre 2010 e 2017, a percentagem do valor acrescentado de empresas detidas por estrangeiros aumentou em 4,5 pontos percentuais. Assim, em 2017, por cada quatro euros de valor acrescentado gerado no espaço comunitário, mais de um euro provinha de empresas controladas por entidades extra-comunitárias.
Portugal (cerca de 23%) situa-se ligeiramente abaixo da média da europeia (26%) naquilo que é a percentagem de valor acrescentado gerado por empresas controladas por estrangeiros. Está em linha com países como a Espanha, Finlândia e Dinamarca.
Irlanda é o país onde as empresas controladas por estrangeiros mais têm peso: representam mais de 60% do total de valor acrescentado gerado no país, um valor que resultado do facto de muitas multinacionais como Google, Apple ou Facebook se encontrarem lá sediadas. Depois da Irlanda seguem-se Hungria (50,0%), Eslováquia (48,1%) e Roménia (44,2%).
Do outro lado, é no Chipre onde as empresas controladas por estrangeiros têm menor peso: geram 13,2% do valor acrescentado. Seguem-se Itália (15,9%), Grécia (16,5%) e França (17,2%).
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