Desapareceram mais 800 milhões de depósitos
O saldo dos depósitos continua a encolher. Em novembro, as famílias resgataram mais de 800 milhões de euros destas aplicações, elevando os resgates desde o verão para quase 3.500 milhões.
Dinheiro no banco? As famílias ainda têm muitas poupanças em depósitos, mas o saldo está a encolher a um ritmo acelerado. Pelo quarto mês consecutivo, o valor confiado às instituições financeiras caiu. Recuou em 800 milhões de euros, elevando para quase 3.500 milhões o montante retirado desde o verão.
O saldo de depósitos das famílias cifrou-se em 142.163 milhões de euros em novembro, de acordo com os dados do Banco Central Europeu (BCE). Este valor compara, contudo, com os 142.994 milhões registados no mês anterior, o que revela uma redução de 0,58% no montante global (831 milhões de euros).
Esta quebra aconteceu num período em que os depósitos, que estão a dar juros de apenas 0,34% (os mais baixos de sempre) enfrentaram a concorrência do mais recente produto de poupança do Estado, as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). As famílias colocaram 1.500 milhões de euros nestes títulos de dívida que pagam uma taxa de 2% ao ano, durante cinco anos.
As OTRV não tiveram, contudo, grande impacto nos certificados. Em novembro, de acordo com o IGCP, os Certificados do Tesouro Poupança Mais captaram 237 milhões de euros, em termos líquidos, já os certificados de aforro perderam 15 milhões de euros, sendo que neste caso será resultado do fim do prémio extraordinário que vai afundar os juros.
Resgates avultados
A quebra registada nos depósitos em novembro é a mais expressiva desde agosto, mês em que o montante resgatado disparou por causa das férias de verão. Nesse mês, o saldo encolheu em 1,45% (2.113 milhões de euros), tendência que se manteve nos meses seguintes. Em setembro saíram 387 milhões, já em outubro foram retirados mais 123 milhões.
Saíram 3.454 milhões de euros de depósitos nestes quatro meses, sendo este o ciclo de resgates mais forte de que há registo nos dados do BCE. Uma evolução negativa que, contudo, não impede que no acumulado do ano o saldo se mantenha positivo. Os depósitos das famílias apresentam um aumento de 1.989 milhões de euros, ou seja, 1,42% face ao final de 2015.
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