Padoan critica “carta de 5 linhas” do BCE sobre as necessidades do Monte dei Paschi

  • Rita Atalaia
  • 29 Dezembro 2016

O ministro das Finanças italiano critica a avaliação "opaca" do BCE sobre as necessidades do Monte dei Paschi. Pier Carlo Padoan diz que a "carta de cinco linhas" não é suficiente e pede explicações.

O ministro das Finanças de Itália criticou a “carta de cinco linhas e três números” que o Banco Central Europeu (BCE) enviou ao Monte dei Paschi di Siena. Na carta, o banco central liderado por Mario Draghi referiu que o banco italiano, que vai ser intervencionado pelo Estado, tem necessidades de capital que ascendem aos 8,8 mil milhões de euros. Mas, para Pier Carlo Padoan, isto não foi suficiente, exigindo mais detalhes que justifiquem esta avaliação, uma vez que há “consequências para outros bancos”.

“Além de uma carta com cinco linhas e três números, teriam sido úteis algumas explicações”, diz o ministro das Finanças de Itália numa entrevista ao jornal Il Sole 24 Ore. Nesta carta, o BCE diz que o Monte dei Paschi precisa de um esforço de capital de 8,8 mil milhões de euros. Mas não justifica como chegou a este número, que fica acima dos 5,5 mil milhões de euros definidos no plano de recapitalização do banco. Um plano que não avançou depois de o Monte dei Paschi não ter conseguido atrair investidores numa venda de ações para reforçar o capital.

"Além de uma carta com cinco linhas e três números, teriam sido úteis algumas explicações”

Pier Carlo Padoan

Ministro das Finanças de Itália

Movimentos opacos que não são explicados levam as pessoas a pensar que há alguma coisa errada“, diz Pier Carlo Padoan, em relação à ausência de justificações por parte do BCE “Teria sido útil receber informação adicional do BCE em relação aos critérios usados nesta avaliação, uma vez que tem consequências para outros bancos.”

A perspetiva de insucesso do banco italiano para garantir cerca de 5,5 mil milhões de euros de capital levou o Governo, em situação de emergência, a criar uma linha de recapitalização de 20 mil milhões de euros que poderá ser agora usada. Mas as novas exigências do BCE mostram como ainda há ‘esqueletos no armário’ do Monte Dei Paschi e antecipa também problemas de crédito malparado em outros bancos italianos.

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