Codiv-19 faz disparar vendas da Mercadona, mas lucro cai 95%
Prémio de 20% para compensar trabalhadores e outros custos associados com a pandemia provocaram queda nos lucros da cadeia espanhola de supermercados.
Se é verdade que a corrida aos supermercados no início da pandemia fez disparar as vendas no setor da alimentação, a mesma tendência não se refletiu diretamente nos resultados da Mercadona. A cadeia de supermercados revelou aos colaboradores que, apesar de ter registado vendas recorde de 2.331 milhões de euros em março, as mesmas apenas se traduziram num lucro de 5 milhões de euros, contra os 57 milhões de euros previstos, avança o El Confidencial, citando um comunicado interno.
A justificar esta quebra de 95% dos resultados líquidos está o aumento extraordinário nos custos de gestão com a situação provocada pela pandemia do Coronavírus, que a empresa avalia em 100 milhões de euros. O principal, de acordo com o jornal, foi o pagamento de um prémio aos funcionários, um extra de 20% do salário num pagamento único, que custou à Mercadona 46 milhões de euros.
Além disso, a empresa gastou 14 milhões de euros em material de proteção, como máscaras, géis e divisórias. O custo diário com equipamentos de proteção individual (EPI) ascende a um milhão de euros. A somar a estes, gastou ainda 12 milhões no reforço de transporte e 6 milhões a desinfetar as suas lojas e armazéns, refere o diário espanhol.
A cadeia confirmou que, ao concentrar o abastecimento em produtos básicos, encerrando secções inteiras, enfrentou despesas que não estavam previstas. Este cenário também terá influenciado a sua margem de lucro.
Fontes da Mercadona, citadas pelo El Confidencial, explicam ainda que o aumento das vendas em março não corresponde totalmente à realidade, já que a margem de lucro nesse mês foi de 0,2%, quando habitualmente se situa por volta de 3%.
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