FC Porto e Sporting cortam salários dos jogadores. Benfica a “avaliar” impacto do Covid-19
FC Porto e Sporting avançaram com cortes de 40% nos salários dos jogadores devido à pandemia. Benfica está a "avaliar" impacto da crise no futebol.
FC Porto e Sporting acertaram cortes salariais na ordem dos 40% com os seus jogadores, como resposta à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, enquanto o Benfica ainda não avançou com qualquer medida. “O presidente e Domingos Soares Oliveira [administrador financeiro] estão a avaliar tudo isso”, disse o diretor para o futebol dos encarnados em declarações ao canal oficial do clube.
Desde o fim de semana de 15 de março que a Liga Nos está parada por causa da disseminação do Covid-19 e ainda não há uma data de regresso para o campeonato português. Estimativas da própria Liga, que organiza os principais campeonatos de futebol em Portugal, apontam para perdas de 400 milhões de euros em receitas em dois meses.
Sem jogos, os clubes não têm registado receitas e procuram conter as despesas de forma a garantir a sua sobrevivência em tempos de pandemia. Alguns emblemas nacionais optaram por aderir ao regime de lay-off, que permite a suspensão temporária do contrato de trabalho ou redução do tempo de trabalho, com o empregador e o Estado a suportarem dois terços do salário.
Entre os três grandes, a opção tem sido outra: negociar diretamente com os jogadores. A SAD do Sporting foi a primeira a anunciar medidas de contenção salarial. Os jogadores leoninos aceitaram uma redução de 40% nos vencimentos, um corte que vigorará nos meses de abril, maio e junho. Se o campeonato regressar entretanto, a redução dos salários será de 20%.
A devolução da parte do salário que agora não é pago será feita feito em duas fases: metade do dinheiro será devolvido até ao final do ano; a outra metade será devolvida até final de 2021. A SAD leonina poderá restituir os valores já este ano se a equipa alcançar o segundo lugar e aceder à Liga dos Campeões. A administração de Francisco Varandas também cortou em 50% os salários dos administradores. Isto enquanto a estrutura do clube avançou para lay-off.
No FC Porto, embora nenhuma medida tenha sido ainda oficializada, a imprensa desportiva dá conta de um corte salarial de 40% na equipa principal dos dragões enquanto a bola não começar a rolar. A medida permitirá poupar mais de seis milhões no imediato. Segundo o jornal Record, 20% do montante cortado será devolvido assim que a competição seja retomada; os outros 20% serão devolvidos quando os jogos contarem novamente com público no estádio e o clube possa arrecadar com receitas da bilheteira.
Em relação ao Benfica, ainda não foram tomadas medidas, embora o tema esteja a ser estudado. “Se um dia houver alguma coisa para falar com os jogadores, será para falar com eles e não através dos jornais, nem por intermediários”, declarou Tiago Pinto, diretor geral de futebol do Benfica, em declarações à Benfica TV há duas semanas. “O Benfica é uma marca desportivamente sólida. O presidente e Domingos Soares Oliveira estão a avaliar tudo isso num círculo muito restrito. Desde o impacto nas receitas, às despesas que continuaremos a ter, como será o comportamento do clube e do próprio futebol se estivermos um, dois, três ou cinco meses parados em função do vírus”, frisou o dirigente encarnado.
Outro clube que chegou a acordo com os jogadores foi o Boavista. O clube axadrezado e futebolistas e treinadores concordam com o diferimento do pagamento dos salários de abril, maio e junho no prazo de seis meses.
Lá por fora, os grandes clubes europeus também já avançaram com medidas excecionais para fazer face à quebra das receitas. Em Espanha, por exemplo, Real Madrid acertou com os seus jogadores um corte dos salários entre 10% e 20%. Os italianos da Juventus definiram um corte de 90 milhões na folha salarial de Ronaldo e companhia. Na Bundesliga, a equipa do Bayern Munique aceitou um corte salarial de 20%.
Enquanto ainda não há uma decisão para o regresso das competições, porque dependerá daquilo que as autoridades de saúde decidirem em função do perigo de contágio do vírus, alguns clubes já preparam o regresso do futebol. Em cima da mesa está a possibilidade de se realizar jogos à porta fechada, perante um controlo regular do estado de saúde dos jogadores para despistar casos de Covid-19.
(Notícia atualizada às 14h30)
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