Número de casamentos desceu pela primeira vez desde 2015

Após quatro anos de aumento, o número de casamentos voltou a descer em 2019. O INE revela ainda que pelo 11.º ano consecutivo o saldo natural foi negativo.

Houve 33.272 casamentos em Portugal no ano passado, o que representa uma queda de 3,9% (menos 1.365 casamentos) face a 2018. Esta foi a primeira queda do número de casamentos realizados em território nacional desde 2015, após quatro anos consecutivos de aumento, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta segunda-feira.

Após uma queda acentuada durante a crise, o número de casamentos realizados em Portugal aumentou gradualmente a partir de 2015 e até 2018, apesar de ter continuado longe dos números registados em 2010 e 2011. Contudo, em 2019, ainda antes da pandemia que está a afetar todos os aspetos da vida em 2020, essa tendência já tinha sido invertida.

“Dos casamentos celebrados, 32.595 realizaram-se entre pessoas de sexo oposto e 677 entre pessoas do mesmo sexo (607 em 2018): 358 casamentos entre homens e 319 casamentos entre mulheres (342 e 265, respetivamente, em 2018)”, revela o gabinete de estatísticas. O Norte (11.784) é responsável por cerca de um terço dos casamentos, seguindo-se Lisboa (8.874) e depois a região Centro (6.977).

A maioria (61,1%) das pessoas que casaram já estavam a residir em conjunto anteriormente ao casamento. “Esta situação tem vindo a crescer significativamente nos últimos anos, tendo-se registado um aumento de 11 pontos percentuais (p.p.) desde que, em 2013, e pela primeira vez, esse valor ultrapassou os 50% (50,1% em 2013 contra 61,1% em 2019)”, assinala o INE. De notar que 56,8% dos nascimentos realizaram-se fora do casamento, isto é, eram filhos de pais não casados entre si.

68,7% dos casamentos foi realizado apenas na forma civil, seguindo-se 30,8% que foram celebrados pelo rito católico e 0,5% por outras formas religiosas. Desde 2010 que a proporção dos casamentos apenas civis tem subido significativamente (mais 10,9 pontos percentuais face a 2010), ao passo que os casamentos católicos estão a cair a pique (11,3 pontos percentuais a menos face a 2010).

De notar ainda que a maioria dos casamentos realiza-se, sem surpresa, durante os meses de verão (entre junho e setembro), sendo agosto o mês eleito pela maioria das pessoas. Fevereiro é o menos com o menor número de casamentos celebrados.

Portugal acumula onze anos de saldo natural negativo

A diferença entre os nascimentos e os óbitos continuou negativa em 2019. Faleceram 111.793 pessoas, menos 1,1% do que em 2018, e 86.579 crianças a nascer em território nacional, menos 0,5% que no ano anterior, o que se traduz num saldo natural negativo de 25.214. É o décimo primeiro ano consecutivo em que tal acontece.

Por regiões, “apenas a Área Metropolitana de Lisboa registou um saldo natural positivo (1.382)”. “A região Centro foi aquela onde se verificou o valor de saldo natural negativo mais elevado (-12.195)”, detalha.

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