Portugal prepara-se para reabrir a economia. Como estão a fazer os outros países?
Os países já começaram a desenhar os planos de regresso à atividade, a maioria gradual e dividido por fases. Contemplam o uso de máscaras e a reabertura de escolas.
Depois de cerca de dois meses de confinamento que travaram a economia mundial, provocando falências e despedimentos, já se prepara o regresso à atividade em vários países. Portugal junta-se ao grupo, numa altura em que mesmo os mais afetados pela pandemia, como Espanha, Itália e França, definiram planos para reabrir faseadamente a economia, com o abrandamento do surto que já atingiu três milhões de pessoas no globo.
Maio é o mês que marca o regresso à atividade em grande parte dos países europeus, cada um com um ritmo diferente, apesar de alguns terem já começado a levantar restrições. Por cá já se começou também a preparar a reabertura, definindo datas para o regresso às aulas e regras para o comércio.
É um plano de reabertura da economia por fases. Já esta segunda-feira voltam a abrir portas as lojas com 200 metros quadrados, cabeleireiros, livrarias e stands de automóveis. A 18 de maio, mediante a evolução da pandemia, poderão ser reabertas lojas maiores, mas também os restaurantes, ainda que com condicionantes. E em junho poderão ser levantadas mais restrições, sendo que a máscara será de uso obrigatório nos espaços fechados.
A maior parte dos cenários desenhados na Europa para a retoma está também condicionado pela evolução da situação. Muitos começam pelas escolas, sendo que os mais jovens têm sido menos afetados pelo vírus, bem como pelo comércio. A maioria contempla também o uso de máscaras, principalmente nos transportes públicos.
Reabertura de Espanha a 2 de maio
No país vizinho, as restrições foram bastante apertadas devido à intensidade do surto. Espanha é o segundo país com mais caso e desenvolveu um “plano para a transição para uma nova normalidade, que arranca a 2 de maio, vai desenrolar-se em várias fases, de entre seis a oito semanas, e deverá prolongar-se até junho.
Assim, as pessoas vão poder sair à rua para fazer desporto, sozinho ou com as pessoas com quem vive, algo que até agora não era possível devido às apertadas medidas de restrição. Por agora, continuam interditas as deslocações entre províncias ou ilhas.
França abre porta a 11 de maio
Depois de dois meses de confinamento, França começa a retomar alguma atividade, com um plano bastante detalhado. A partir de 11 de maio poderá abrir o comércio, bibliotecas e pequenos museus, mas não bares ou restaurantes, nem cinemas, teatros e salas de concertos. Os transportes públicos vão regressar gradualmente ao normal funcionamento, sendo obrigatório usar máscara.
Também a partir dessa data, as crianças da pré-escolar e básico podem regressar à escola, voluntariamente, sendo que as aulas são restringidas a 15 alunos. Estão proibidos todos os eventos culturais e desportivos que juntem mais de 5.000 pessoas, até setembro e não haverá cerimónias religiosas antes de 2 de junho. Os convívios estão restringidos a dez pessoas, e as praias e alguns parques vão continuar fechados pelo menos até 1 de junho.
Restrições à circulação mantêm-se até setembro em Itália
Em Itália, país que foi o primeiro grande foco de coronavírus na Europa, também já delineou um plano de quatro etapas para aliviar as medidas de restrição. Ainda assim, os movimentos das pessoas vão continuar a ter restrições e as escolas vão manter-se fechadas até setembro.
As fábricas voltadas para exportações e projetos de construção pública podem retomar as atividades a partir da próxima semana, enquanto a maioria da indústria italiana será reiniciada a partir de 4 de maio — um dia após o fim do bloqueio. A 11 de maio poderão abrir alguns estabelecimentos comerciais como lojas de roupa e sapatos, e, na semana seguinte, restaurantes, bares e cabeleireiros.
Escolas abrem já na Alemanha
A Alemanha começou a reduzir as medidas na semana passada, sendo que as lojas mais pequenas puderam reabrir, mas um aumento da atividade social preocupou as autoridades de saúde do país. As máscaras serão obrigatórias nas lojas e nos transportes públicos. As escolas vão começar a reabrir a 4 de maio.
Os restaurantes vão continuar fechados, podendo fazer take-away e entregas. Bares, discotecas, teatros e salas de concertos ainda não vão poder abrir portas. Grandes ajuntamentos de pessoas vão continuar proibidos até pelo menos 31 de agosto, e cerimónias religiosas estão também restritas até indicação em contrário.
Restaurantes só reabrem a 8 de junho na Bélgica
Na Bélgica, o aliviar das medidas arranca a 4 de maio, quando empresas com operações business-to-business e atividades industriais reabrem. Serão seguidas uma semana depois por retalhistas, exceto aquelas que não podem evitar o contacto físico, como cabeleireiros. As escolas abrirão progressivamente para estudantes de 6 a 18 anos a partir de 18 de maio, divididas por faixas etárias.
Máscaras serão obrigatórias a partir dos 12 anos e nos transportes públicos. Bares e restaurantes deverão permanecer fechados até pelo menos 8 de junho, e as viagens de lazer transfronteiriças são proibidas até essa data, quando se prevê que poderá começar mais uma fase do levantamento de medidas.
Grécia começa a abrir dia 4
A Grécia vai começar a reduzir progressivamente o confinamento a partir de 4 de maio, num plano que se estende até meados de junho. Serão levantadas as restrições às deslocações dos cidadãos dentro do concelho de residência e reabertas algumas lojas, nomeadamente livrarias, cabeleireiros, lojas de eletrónica. As restantes lojas podem abrir portas a 11 de maio, enquanto os centros comerciais, os restaurantes e hotéis deverão retomar a 1 de junho. Será obrigatório usar máscara nos transportes públicos, hospitais e cabeleireiros.
Países já começaram a aliviar medidas
Em alguns países já arrancou a retoma da atividade, especialmente naqueles que implementaram medidas restritivas mais rápido. É o caso da República Checa, onde foram suspensas várias restrições nos últimos dias, sendo que as universidades reabriram a 27 de abril. Agora, viagens não essenciais são permitidas e as pessoas podem reunir-se em grupos até 10, mas as máscaras são obrigatórias em público.
A Áustria foi também um dos primeiros países a fechar perante o avançar do surto. Lojas mais pequenas já puderam reabrir, desde que limitem o número de pessoas dentro para manter o distanciamento. Máscaras são obrigatórias em todas as lojas e nos transportes públicos. Se a pandemia evoluir como esperado, todas as outras lojas poderão reabrir em 2 de maio. Escolas, restaurantes e hotéis seguem-se, a 15 de maio.
Já a Dinamarca foi o primeiro país europeu a reabrir escolas, a 15 de abril, começando pelas creches e escolas pré-primárias e primárias, sendo que seguem-se os níveis de ensino seguintes a 10 de maio. Algumas lojas, como cabeleireiros, escolas de condução e oculistas puderam reabrir portas a 19 de abril, e uma semana depois, os tribunais e alguns serviços públicos.
Quanto a concentrações, a partir de 11 maio vão poder juntar-se até 500 pessoas, em espaços públicos ou privados. Ainda assim, restaurantes, bares, cafés, centros comerciais e discotecas continuam fechados.
A Noruega também já começou a aliviar as medidas em abril. Começaram por reabrir creches e alguns espaços como oculistas, dentistas, psicólogos, e por permitir deslocações a casas de férias. Seguiu-se, cerca de uma semana depois, mais estabelecimentos como universidades e cabeleireiros.
Foram, ainda assim, prolongadas medidas como o fecho de fronteiras e o encerramento de restaurantes, cafés e bares. Mantém-se também a proibição de grandes eventos até 1 de setembro, mas será decidido a 30 de abril se os eventos com menos de 500 participantes poderão começar.
Na lista consta ainda a Lituânia e na Eslovénia, onde já se registou também um levantamento de algumas restrições em meados de abril, nomeadamente a reabertura das lojas mais pequenas. Encontra-se também a Polónia, que já reabriu parques e jardins e aumentou o número de clientes que podem estar nas lojas, bem como a Suíça, que prevê para 8 de junho a reabertura das restantes lojas, os bares e os restaurantes.
E fora da Europa?
Apesar de os ritmos do surto serem diferentes em cada país, vai dar-se início a um regresso gradual à atividade durante o mês de maio um pouco pelo globo. Na Rússia, o presidente Vladimir Putin admitiu uma redução progressiva das medidas de confinamento a partir de 12 de maio.
Já pelos Estados Unidos, atualmente o país mais afetado pela pandemia, Donald Trump diz que alguns estados deverão poder começar a reabrir a economia a partir de 1 de maio, a velocidades diferentes, consoante os sítios mais afetados, e incentivou a abertura das escolas antes do verão.
E na Nova Zelândia, onde foi declarado que o Covid-19 estava quase erradicado. Os residentes poderão de viajar para o trabalho, passar mais tempo fora e pedir comida take away. As escolas vão abrir, mas mantém-se a recomendação para que as pessoas que possam trabalhar e estudar a partir de casa o façam.
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