Confinamento está a acabar. Como vai mudar a nossa vida, e a das empresas, a partir de 4 de maio
O Governo quer começar a "reanimar a economia" aos poucos, "sem deixar descontrolar a pandemia". Assim, nos próximos dois meses, as medidas de desconfinamento serão levantadas gradualmente.
Prestes a completarem-se seis semanas de estado de emergência, tudo aponta para que não haja mais renovações, embora se mantenham as medidas de contenção. O ritmo de evolução do número de casos está a diminuir e o Governo já aponta maio como a altura em que se deverá começar a “reanimar a economia”, mas aos poucos. Os próximos dois meses serão decisivos e já estão pensadas várias medidas para avançar com um desconfinamento gradual.
“Se a primeira fase foi conter a pandemia sem matar a economia, a segunda fase será reanimar a economia sem descontrolar a pandemia”, disse António Costa, durante o debate quinzenal. O primeiro-ministro já tinha adiantando que pretendia retomar a economia a partir de maio e, esta sexta-feira, acabou por dar mais pormenores sobre o que aí vem: os primeiros levantamentos acontecerão a 4 de maio, a segunda vaga a 18 de maio e a terceira a 1 de junho. A 30 de abril serão anunciados os setores que poderão retomar a sua atividade em cada uma das três datas referidas.
Maio e junho serão os pontos de partida para a fase do desconfinamento, mas António Costa sublinhou que as medidas que forem tomadas serão adotadas sempre de forma “gradual” e com o objetivo de evitar grandes aglomerações, nomeadamente nos transportes públicos. Até porque, como já tinha afirmado anteriormente: “ninguém tenha ilusão de que a partir de maio vamos viver como vivíamos até fevereiro”.
Das escolas aos cabeleireiros, passado pelos controlos nos hotéis e nas praias, isto é tudo o que já se sabe que a fase de desconfinamento vai trazer.
- Medidas revistas de 15 em 15 dias. O primeiro-ministro disse esta quarta-feira no Parlamento que, mesmo que o estado de emergência não seja novamente renovado, as medidas de contenção vão manter-se, sendo que serão avaliadas a cada duas semanas, “tendo em conta o período” dos sintomas. E sublinhou ainda que as medidas serão tomadas sempre de forma “gradual”, de modo a evitar grandes aglomerações.
- Escolas reabrem para alunos dos 11.º e 12.º ano. No início do mês, António Costa decidiu que os alunos até ao 10.º ano não voltam à escola até ao final deste ano letivo, sendo as aulas lecionadas à distância, ficando canceladas as provas de aferição e os exames nacionais do 9.º ano. Assim, as escolas vão reabrir no terceiro período apenas para os alunos dos 11.º e 12.º ano, estando já em curso uma “operação gigantesca” de desinfeção de cerca de 800 escolas por parte de militares.
- Serviços públicos com reabertura gradual. O Governo quer ainda retomar o atendimento presencial dos serviços públicos já em maio. “Temos de começar a restabelecer o atendimento presencial nos serviços da administração pública”, disse António Costa no Parlamento. Esta quinta-feira, o Conselho de Ministros decidiu que serão colocadas barreiras de acrílico nas Lojas do Cidadão e Espaços de Cidadão.
- Pequeno comércio de bairro com “luz verde” para abrir. Em linha com os cabeleireiros e barbeiros, o Governo quer também começar por abrir já em maio o pequeno comércio de rua. “Temos de começar pelo pequeno comércio de bairro, aquele que junta menos gente e que exige menos tempo de deslocação”, disse o primeiro-ministro, durante um debate no Parlamento. Só depois será a vez de “chegar também às grandes superfícies”, completou.
- Limite de espaço e medição de temperatura em restaurantes e hotéis. Em cima da mesa está a hipótese de limitar a metade os espaços de restaurantes e hotéis, para além de um controlo de entrada nestes estabelecimentos, através da medição de temperatura corporal de funcionários e clientes. De acordo com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), haverá ainda mais cuidados a adotar na confeção dos alimentos e nas fardas dos funcionários.
- Cabeleireiros abrem… mas apenas por marcação. Os salões de cabeleireiros são um dos setores de atividade que poderão reabrir em maio, mas com condições. O atendimento vai funcionar apenas por marcação prévia e haverá um limite de pessoas dentro dos estabelecimentos. Os funcionários e clientes e funcionários serão obrigados a usar máscara e materiais descartáveis, sendo que os não descartáveis serão esterilizados.
- Cinemas com limite de lugares. Quando for possível regressar às salas de cinema, também nada vai ser como antes, pelo menos nos primeiros tempos. Isto porque, segundo o primeiro-ministro, em entrevista ao Expresso, a lotação será “restrita” e os “lugares passam a ser todos marcados”. Além disso, só poderão ser vendidos bilhetes “de duas em duas filas e de três em três cadeiras”.
- Empresas turísticas com “selo de garantia”. O Turismo de Portugal criou uma espécie de selo de garantia para todas as empresas turísticas, desde hotéis a restaurantes e agências de viagens, que cumpram as recomendações de segurança e higiene. O “Safe & Clean” já pode ser pedido online, é opcional, gratuito e tem validade de um ano mas, durante este tempo, o Turismo de Portugal vai realizar auditorias aleatórias.
- Aviões com um lugar vazio entre passageiros. As medidas para os aviões ainda estão a ser estudadas, mas já se conhecem algumas das ideias em cima da mesa. De acordo com o ABC (conteúdo em espanhol), viajar de avião passará a ser mais caro e os aviões terão de transportar menos pessoas, deixando um lugar vazio entre cada passageiro. Além disso, está também a ser estudada a hipótese de se realizarem análises ao sangue a bordo e a redução da comida a ser distribuída aos passageiros.
- Praias terão lotação máxima. As praias nacionais vão ter lotação máxima de banhistas durante a época balnear, de forma a garantir o distanciamento social. A lotação vai ser calculada em função da “capacidade de carga” de cada praia. Além disso, estão a ser definidos outros pormenores como a higienização dos espaços, a utilização de máscaras e até a utilização de esplanadas e bares.
- Jogos de futebol à porta fechada. Para os adeptos da bola, que há algum tempo que não podem entrar num estádio, António Costa já adiantou na mesma entrevista ao Expresso que poderá vir a ser possível concluir os campeonatos de futebol, mas apenas “à porta fechada ou só com os lugares cativos distribuídos pelo estádio”.
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