Decisões sobre fronteiras devem ser tomadas bilateralmente, diz Marcelo
O Presidente da República comentou a decisão de Espanha de abrir portas ao turistas, defendendo que esse tipo de decisões deve ser tomado bilateralmente.
O Presidente da República comentou a decisão do Governo espanhol, considerando que temas como esse devem ser tratados “num clima bilateral”, sob o risco de “não dar certo”. “Eu não queria falar desse tema, porque é um tema que nós entendemos que deve ser tratado num clima bilateral. Se é um clima bilateral, tudo o que unilateralmente seja feito por um lado, sem ser em conversa com o outro, tem fortes probabilidades de não dar certo”.
Falando aos jornalistas à margem de uma visita ao Banco Alimentar Contra a Fome, Marcelo Rebelo de Sousa destacou que prefere “seguir o caminho que tem sido seguido na parte portuguesa, que é o caminho bilateral”. “Fecha-se de comum acordo e depois os passos são dados, quaisquer que eles sejam, são passos que não devem ser unilaterais. Não pode ser um Estado a dizer ‘eu entendo’ — ou não deve ser — ‘eu entendo isto’, sem haver uma concertação como outros”, defendeu.
Na ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado também sobre as negociações com Espanha e com o Reino Unido, com o objetivo de criar corredores que facilitem as deslocações de emigrantes e turistas a Portugal sem terem de cumprir a quarentena imposta por aqueles países, decorrente da pandemia.
Aos jornalistas, o Presidente adiantou que estas negociações estão a decorrer também “com outros países” e concretizou que Portugal “tem estado a fazer diligência diplomáticas” para “perceber se há, ou não, outros países, no domínio do turismo, em que haja interesse para se criar qualquer coisa como corredores para o turismo”. Instado a detalhar com que países estão a ser feitos esses contactos, o Presidente respondeu: “Provavelmente sei [quais são], mas agora não me ocorre”.
“Ou se começa a tratar disso com antecedência, ou depois é tratado em cima da hora. Faz sentido começar a tratar agora, mesmo que a questão se coloque daqui a um mês, dois meses, três meses, quatro meses”, defendeu, considerando que “o pior que pode haver na política, como na vida, é deixar para o último minuto o começar a falar desses temas”.
No final da visita, o Presidente foi também questionado sobre a TAP e o facto de o Governo não excluir o cenário de insolvência. “Tudo o que o Presidente da República disser sobre isso só dificulta, não facilita. E nas situações que já são complexas, estar o Presidente da República a opinar sobre que TAP é que gostaria, que capital para a TAP, que solução financeira, qualquer um de nós com a experiência que tem na vida — eu como sou um bocadinho mais velho tenho mais experiência — nós sabemos que isso não vai facilitar nada, só vai dificultar”, defendeu.
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