Petróleo acelera preços na zona euro
Inflação na região da moeda única acelerou em dezembro ao ritmo mais elevado desde 2013 por causa dos preços petrolíferos, devendo intensificar o debate em torno dos estímulos do banco central.
Os preços na zona euro aceleraram em dezembro mais do que o esperado pelos analistas. A taxa de inflação na região da moeda única fixou-se nos 1,1% no último mês de 2016, depois da taxa de 0,6% registada em novembro, revelou esta quarta-feira o Eurostat. Embora ainda esteja longe do objetivo do Banco Central Europeu (BCE), esta aceleração dos preços deverá intensificar o debate em torno dos estímulos monetários que a instituição com sede em Frankfurt tem promovido para animar a economia do bloco da moeda única.
Os analistas sondados pela Bloomberg antecipavam uma subida dos preços de 1%. A taxa de inflação subjacente, que exclui componentes mais voláteis com o petróleo e os bens alimentares, subiu para 0,9% no mês passado.
Inflação no euro ruma ao objetivo do BCE
Estes dados surgem depois de o BCE ter decidido prolongar o programa de compra de dívida do setor público até final deste ano, promovendo uma redução do ritmo de aquisição de obrigações dos governos da zona euro a partir de abril, dos atuais 80 mil milhões de euros mensais para os 60 mil milhões de euros/mês. Este plano visa suportar uma subida generalizada dos preços para uma taxa em torno dos 2%, nível onde considera estar assegurada a estabilidade da economia.
“Há muitos responsáveis no Conselho de Governadores do BCE que deverão sublinhar estes números como um indicador de que o banco central não deve continuar a sua política de apoio económico e não deve certamente continuar a comprar largas quantidades de ativos até final do ano”, referiu Jennifer McKeown, economista chefe da Capital Economics, à Bloomberg. “Mas penso que o consenso aponta para mais subidas dos preços, em grande parte relacionados com a energia”, acrescentou.
"Há muitos responsáveis no Conselho de Governadores do BCE que deverão sublinhar estes números como um indicador de que o banco central não deve continuar a sua política de apoio económico e não deve certamente continuar a comprar largas quantidades de ativos até final do ano. Mas penso que o consenso aponta para mais subidas dos preços, em grande parte relacionados com a energia.”
A taxa de inflação na Alemanha subiu inesperadamente para 1,7% em dezembro, registando o maior aumento desde que a União Europeia começou a harmonizar as taxas entre os países em 1997. Em Espanha, o crescimento dos preços fixou-se nos 1,4%.
A economia da zona euro terminou 2016 numa forma que nunca tinha observado nos últimos cinco anos e meio, colocando-se em posição relativamente confortável à entrada para um novo ano em que se avizinha maior incerteza política em face das eleições na Alemanha e França, perante o crescimento de movimentos populares de extrema-direita.
O índice de compra de gestores (PMI, na sigla em inglês) subiu em dezembro para 54,4 face ao registo de 53,9 alcançado no mês anterior, revelou esta quarta-feira a IHS Markit. Foi a leitura mais elevada em 67 meses, superando aquilo que era esperado pelos economistas.
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