Alemanha pede ao Reino Unido “abordagem mais realista” nas negociações do Brexit
O embaixador alemão na UE, Michael Clauss, apelou a que o Reino Unido tenha uma "abordagem mais realista" das negociações da relação pós-Brexit, que estão atualmente num impasse.
O embaixador da Alemanha junto da União Europeia (UE) apelou ao Reino Unido para adotar uma “abordagem mais realista” nas negociações do Brexit, atualmente num impasse. Michael Clauss defendeu, num encontro no think tank European Policy Centre, que os britânicos não podem ter simultaneamente “plena soberania e acesso total ao mercado único da UE”.
O embaixador, cujo país assume a presidência da UE no segundo semestre de 2020, disse que os últimos meses deste ano vão ser “dominados” pelas negociações do Brexit e que Berlim vê a conclusão de um acordo como uma prioridade, lado a lado com a aprovação pelos 27 do fundo de recuperação económica europeu.
A UE e o Reino Unido lançaram na terça-feira uma quarta ronda negocial, de uma semana, por videoconferência, para tentar chegar a um compromisso sobre a relação após a saída do Reino Unido do bloco comunitário, a 31 de janeiro passado. O período de transição, durante o qual o Reino Unido continua a aplicar as regras europeias, termina a 31 de dezembro próximo, a menos que Londres peça até ao final deste mês um prolongamento de um ou dois anos. Até ao momento, no entanto, o Governo britânico tem afastado essa hipótese.
Até ao fim de junho, ambas as partes vão fazer um ponto de situação numa mini-cimeira entre o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. O negociador europeu para o Brexit, Michel Barnier, considerou na terça-feira que esta nova semana de negociações é “decisiva para progressos tangíveis”.
Os britânicos querem um acordo com “zero quotas e zero tarifas”, que Bruxelas condiciona a garantias, em particular em matéria de concorrência. Ambas as partes admitem que houve muito poucos progressos nas negociações realizadas até agora, persistindo desacordos em matéria laboral, ambiental, de segurança e, sobretudo, o acesso recíproco às águas de pesca.
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