Rui Rio ataca Governo por “permitir ajuntamentos” de esquerda

O presidente do PSD recorreu ao Twitter para criticar os critérios do Governo para permitir certos tipos de atividades e impedir outros. Numa publicação esta segunda-feira, Rui Rio alega que “ninguém consegue entender” como são permitidos “comícios e manifestações de esquerda”, enquanto “funerais, futebol, missas, discotecas” e “desporto em geral, não”.

“Qual será o critério para o Governo permitir ajuntamentos? Funerais, futebol, missas, discotecas, desporto em geral, não! Comícios e manifestações de esquerda, sim! Esperemos que o vírus entenda aquilo que mais ninguém consegue entender”, lê-se na publicação do líder social-democrata.

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Esta declaração de Rui Rio acontece no rescaldo de uma manifestação contra o racismo em Lisboa e Porto, que terá juntado alguns milhares de pessoas na sequência da morte de um afro-americano (George Floyd) que estava sob custódia da polícia nos EUA, um caso que espoletou uma onda de protestos em todo o mundo. Nesta manifestação, muitos dos participantes usaram máscara, mas o distanciamento social imposto pela prevenção do Covid-19 esteve longe de ser cumprido.

Além disso, no domingo, o PCP organizou um comício, em Lisboa, com lugares marcados e distância entre os militantes, muitos deles de máscara, no jardim Amália Rodrigues, no alto do parque Eduardo VII, contra a perda de direitos em tempos de pandemia.

Apesar da declaração de Rui Rio, os funerais, futebol, missas e outras atividades desportivas não são proibidas no atual contexto de pandemia. Estas atividades estão, sim, sujeitas a limitações com vista à prevenção do contágio por Covid-19. No caso das discotecas, esta atividade está parada nos termos da lei, com o Governo a justificar que a decisão de manter encerrados os estabelecimentos da vida noturna está relacionada com a impossibilidade de não haver contacto físico.