PME portuguesas entre as mais afetadas na crise. Ainda têm dificuldades para se financiar
Falta de diversificação nas fontes de financiamento é um dos desafios. BCE concluiu que, mesmo com dificuldade em conseguir crédito da banca, poucas empresas recorrem a instrumentos de mercado.
Nos países mais penalizados pela crise da dívida soberana, incluindo Portugal, os bancos fecharam-se às pequenas e médias empresas (PME). Uma década depois, o tecido empresarial continua a ter dificuldades em financiar-se, conclui o Banco Central Europeu (BCE), num capítulo do boletim económico divulgado esta terça-feira.
“As rejeições dos pedidos de empréstimos bancários feitos por empresas não financeiras foram tendencialmente mais frequentes em países mais afetados pela crise da dívida soberana da Europa“, diz o BCE, que inclui neste grupo Portugal, bem como Irlanda, Grécia, Espanha, Itália e Chipre.
A análise dos economistas do banco central explica que a maior frequência de recusa de crédito foi influenciada pela saúde da banca, em particular o peso do crédito malparado. “Os fatores de oferta desempenharam um papel importante na moderação da concessão de crédito nesses países. Com níveis relativamente altos de malparado, os bancos tendem a emprestar menos, mesmo a empresas merecedoras”, concluiu.
"Apesar de ter gradualmente melhorado desde meados da década de 2010, mantêm-se desafios no acesso das PME a financiamento, por exemplo na diversificação da origem dos fundos.”
Desde então, a política expansionista do BCE contribuiu para melhorar o acesso das PME a financiamento, com as empresas por toda a Zona Euro a indicarem menores limitações até ao início da pandemia. Mas o problema ainda não está resolvido.
“Apesar de ter gradualmente melhorado desde meados da década de 2010, mantêm-se desafios no acesso das PME a financiamento, por exemplo na diversificação da origem dos fundos”, aponta, sublinhando que “a percentagem de empresas que usam instrumentos de financiamento de mercado para financiar os seus negócios continua baixa” mesmo encontrando dificuldades em recorrer à banca.
O BCE concluiu ainda que quanto mais exportadoras, lucrativas e inovadores forem as empresas, mais planeiam o crescimento futuro e mais tendem a diversificar fontes de financiamento. E deixou um altera: “o surto de pandemia trouxe novos, mais profundos e imediatos desafios para o acesso das PME a fontes de financiamento“, acrescenta.
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