“Obviamente que a TAP precisa do auxílio do Estado”, diz Antonoaldo Neves

O presidente-executivo da TAP está a ser ouvido no Parlamento, onde referiu ser óbvio que a companhia aérea precisa do apoio do Estado para ultrapassar a situação em que se encontra.

O presidente-executivo da TAP afirma que “obviamente” a companhia aérea nacional precisa de ser ajudada pelo Estado português para atravessar a crise financeira que está a atravessar devido ao coronavírus. O responsável disse ainda que é fundamental que Portugal se una para salvar a TAP.

“Obviamente que a TAP precisa do auxílio do Estado”, disse Antonoaldo Neves esta terça-feira, durante uma audição na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. O responsável da companhia aérea referiu ainda que a TAP é “a única empresa da Europa, com exceção da Lufthansa, que não teve apoios” estatais.

Antonoaldo Neves falou ainda das rotas, explicando que estas não são feitas pelo CEO, mas sim por uma “equipa de 200 profissionais”. “Este é o momento para discutir como a TAP estará daqui a dois anos e não amanhã, porque amanha só tenho seis voos”, disse, sublinhando que “o importante não é como a companhia está hoje, mas como estará daqui a dois, três ou quatro anos”.

O responsável disse ainda que “é muito importante neste momento o país unir-se à volta do plano futuro da TAP”, dado que “o desafio é muito grande e global” e “a procura não virá na velocidade” que se gostaria. “Infelizmente daqui a seis meses não acreditamos que a TAP vai estar com a operação maior do que 60%”, continuou, referindo: “Precisamos de garantir que o auxílio do Estado é o melhor possível”.

Na mesma audição, Antonoaldo Neves lamentou que não tenha sido dada à TAP a possibilidade de receber apoio do Estado em forma de garantias, que pudessem ser pagas com recurso a bancos privados. “Na carta enviada ao Governo a 19 de março de 2020, pedimos garantias e que o empréstimo pudesse ser pago com bancos privados”, conta o responsável. Mas essa condição foi recusada.

Vendas “começaram a cair” em junho. Mas TAP não vai ser transformada numa low-cost

Antonoaldo Neves antecipou que o plano de restruturação da companhia aérea — condição exigida pela Comissão Europeia caso o empréstimo não seja pago em seis meses — não será facil. “A restruturação vai ser difícil e as negociações serão feitas num ambiente muito difícil”, disse o presidente-executivo da TAP.

Isto porque as vendas da companhia aérea “estavam a subir muito em maio”, disse o responsável, mas “em junho começaram a cair”. “E isso preocupa-me, tira-me o sono”, disse, referindo que esta segunda-feira, face à semana passada, as vendas caíram 15%.

É por isso, que tendo em conta este cenário, o presidente-executivo disse que “é preciso garantir que o auxílio do Estado é o menor possível” e que a melhor forma de fazer isso é cortar em todos os custos possíveis, sem esquecer os trabalhadores. Além disso, garantiu: “Não temos nenhuma intenção de transformar a TAP numa low-cost”.

(Notícia atualizada às 14h12 com mais informação)

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