“Quando se quer um compromisso temos de estar disponíveis para ceder alguma parte”, diz Costa sobre Fundo de Recuperação
O primeiro-ministro português mostrou disponibilidade para ceder para chegar a compromisso na resposta europeia à pandemia de coronavírus, apesar de com limites.
O primeiro-ministro defendeu que, “quando se quer compromisso temos de estar todos disponíveis para ceder alguma parte”, referindo-se à negociação para o pacote de resposta da Comissão Europeia à crise decorrente da pandemia de coronavírus. António Costa reuniu com o homólogo holandês, e, à saída, apontou que, se ambos aceitarem a proposta é “ótimo”, se nenhum aceitar é “péssimo”.
Apesar de admitir ser necessário estar disponível para ceder, depois de questionado se aceitaria um acordo com menos de 500 mil milhões de euros em subsídios, Costa ressalvou que existem limites. As propostas em cima da mesa têm “favorecido as posições dos quatro frugais”, portanto “há um limite, a partir do qual deixarão de ser eles a dizer não e passarão a ser os outros a dizer não”, reiterou, em declarações transmitidas pelas televisões.
Para não se chegar a situação em que “passam a ser 23 a dizer não”, os quatro frugais, Suécia, Áustria, Dinamarca e Países Baixos, têm de se dispor a “fazer algum movimento no sentido positivo”, aponta. O primeiro-ministro português sublinhou que este é um “choque simétrico, completamente externo, que nenhum de nós controla e afeta todos”.
Costa defendeu também que não houve recados para Portugal, apontando que Mark Rutte tem até dado o país como exemplo de um Estado que “fez as reformas que tinha a fazer”. “A história de Portugal tem ajudado muitos países, como a Holanda e a Alemanha, a ter um novo olhar sobre esta crise diferente da que tiveram na crise em 2008-2011″, compreendendo assim a necessidade de uma resposta diferente, reforçou.
Mark Rutte já colocou no Twitter uma fotografia do encontro, apontando que foi uma forma “agradável de encerrar as conversas de hoje” com vários Chefes de Estado, em preparação para o Conselho Europeu, que se irá realizar a 17 e 18 de julho. “Durante o jantar, discutimos os interesses dos nossos países em relação ao orçamento da UE e ao fundo de recuperação”, completou.
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(Notícia atualizada às 20h45)
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