Crise destruiu o que poderia ser o melhor ano do golfe turístico
O setor esperava que este fosse "o melhor ano" para o golfe turístico em Portugal. Agora aponta para uma quebra de receitas entre os 80% e 90%, pico que poderá ser atingido em novembro.
A crise provocada pela pandemia de coronavírus veio “destruir” o que poderia ser o “melhor ano para a indústria portuguesa do golfe turístico”, defendeu o Conselho Nacional da Indústria do Golfe (CNIG), pedindo a redução do IVA para 6%.
“Janeiro e fevereiro, meses de época baixa, começaram muito bem e tivemos um nível de reservas para a chamada época alta — março, abril, maio, setembro, outubro e novembro –, substancialmente superiores, na ordem dos 10% ou 15%, ao que aconteceu em 2019”, indicou o presidente do CNIG, em declarações à Lusa. Perante este cenário, o setor tinha a expectativa de que este seria “o melhor ano” para o golfe turístico em Portugal, resultado de um longo trabalho, que levou Portugal a ser considerado o melhor destino de golfe, conforme explicou Luís Correia da Silva.
No entanto, a pandemia de coronavírus, o encerramento dos campos de golfe e o consequente impacto económico destruíram essa possibilidade. “O encerramento dos campos em plena época alta e a reabertura em maio, sem ninguém, configura uma situação já crítica”, apontou o mesmo responsável, acrescentando que a grande maioria dos associados do CNIG tiveram que recorrer ao regime de lay-off simplificado.
Apesar desta medida, conforme sublinhou Luís Correia da Silva, o setor tem especificidades que não permitiram o encerramento total dos campos durante o confinamento, nomeadamente a manutenção da relva, que não pode ser suspensa, colocando em causa o investimento mínimo de dez milhões de euros associado a um campo de golfe. De acordo com os dados do CNIG, a quebra de receitas no setor está entre os 80% e 90%, pico que poderá ser atingido em novembro.
O setor perspetiva que as reservas de setembro, outubro e novembro possam ajudar a mitigar os impactos da pandemia, porém, estas estão ainda dependentes da reversão da decisão do Reino Unido colocar Portugal de fora dos corredores turísticos. “Se a decisão não for revertida vai ser um desastre completo com uma vaga de cancelamentos”, notou o presidente do CNIG, mantendo-se otimista quanto à reversão desta medida, apesar de ressalvar que “a sorte é feita de muito trabalho”.
Neste sentido, a indústria do golfe acredita ser importante controlar problemas internos, permitindo às autoridades nacionais “argumentar e tornar sustentável” os interesses de Portugal, assegurando que o país é retirado “das listas negras”, uma decisão que não é “coerente nem lógica”, muitas vezes, fruto de “lobbys para privilegiar outros países”.
Já no que se refere às medidas avançadas pelo Governo para travar o impacto da pandemia, o CNIG considerou ser necessário estender o regime de lay-off simplificado. Paralelamente, o setor quer que o IVA da indústria do golfe, atualmente nos 23%, regresse aos 6%, permitindo que Portugal tenha preços mais competitivos, potenciando o interesse dos clientes. Fundado em 1995, o CNIG é uma entidade privada sem fins lucrativos, que tem como objetivo representar a indústria do golfe em Portugal.
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